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Governador do Banco de Inglaterra afirma que a economia britânica “nunca” irá voltar a níveis pré-Covid

Num evento organizado pelo instituto de estudos da ‘Resolution Foundation’, Andrew Bailey disse que as mudanças nos gastos e nos padrões de trabalho vistas desde que o país adotou medidas de confinamento, há um ano, serão permanentes.
8 Março 2021, 17h55

O Reino Unido, que iniciou hoje a primeira fase do desconfinamento, poderá recuperar da pandemia de Covid-19, mas, segundo o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, a economia “nunca regressará totalmente” aos níveis  pré-covid, segundo o “The Guardian”.

Num evento organizado pelo instituto de estudos da ‘Resolution Foundation’, Andrew Bailey disse que as mudanças nos gastos e nos padrões de trabalho vistas desde que o país adotou medidas de confinamento, há um ano, serão permanentes.

O governador disse que a economia passou por uma “experiência traumática”, mas previu que as cicatrizes causadas pela recessão mais profunda em 300 anos seriam menores que as causadas pelo declínio da indústria pesada na década de 1980 e no início da década de 1990.

Bailey afirmou que o Reino Unido precisa de aumentar o investimento de modo a limitar os danos de longo prazo à economia, mas disse que o Banco de Inglaterra iria rever, em baixa, a previsão para o pico do desemprego após a decisão do governo britânico em estender o regime de layoff até ao final de setembro.

O relatório de política monetária do Banco Mundial previu que o desemprego no Reino Unido atingiria um pico de 7,5% no final deste ano, mas Bailey disse que a previsão seria atualizada de acordo com o orçamento britânico. “A minha expectativa é que isso provavelmente reduza o pico do nível de desemprego nos próximos meses. No entanto, será difícil evitar algum aumento no desemprego à medida que o regime de layoff se aproxima do final”.

No entanto, um inquérito realizado pelo portal ‘YouGov’ revela que a confiança dos consumidores atingiu o nível mais alto desde o início da pandemia. Bailey não se deixou iludir e afirma que “se tivesse que resumir esse diagnóstico, é positivo, mas com muito cautela mantendo o cenário realístico”.

O governador do Banco de Inglaterra disse que ainda existe muita incerteza sobre até que ponto as mudanças económicas estruturais vistas ao longo do ano passado persistirão, mas “o meu melhor palpite é que assistiremos a alguma persistência, não uma persistência total, mas também não será uma reversão total para os níveis pré-covid.

“Trabalharemos mais a partir de casa do que era costume e faremos mais compras online porque os novos hábitos permanecerão até certo ponto e, enquanto eles se desintegrarem, isso só acontecerá com o tempo”.

Bailey disse que o Banco já está preparado para taxas de juros mais altas ou cortes abaixo de zero, dependendo de como evoluiu a recuperação da economia depois do último confinamento.

“Há um sentimento crescente de otimismo económico, nos mercados e nas medidas de confiança do consumidor e das empresas. A taxa de novas infeções por Covid-19 está a diminuir e o programa da vacina é uma grande conquista. Há luz ao fundo do túnel”, sublinha o governador.

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