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Governo admite que proposta da Lei de Estrangeiros pode ser alterada até à votação

António Leitão Amaro participou na quinta reunião do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, que aconteceu em Lisboa, onde apresentou a nova proposta de alteração à Lei de Estrangeiros e admitiu, em declarações aos jornalistas, que “a lei que vai ser votada amanhã [terça] não tem de ser exatamente igual à proposta que entrou na quarta-feira passada”.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro (C), acompanhado pelo ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida (E) e pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro (D), no final da sessão plenária de apresentação do Programa do XXV Governo Constitucional, na Assembleia da República, em Lisboa, 17 de junho de 2025. MIGUEL A. LOPES/LUSA
29 Setembro 2025, 15h17

O ministro da Presidência admitiu hoje que a proposta da Lei de Estrangeiros poderá ainda sofrer alterações até à votação desta terça-feira no parlamento e acusou o Chega de “meter assuntos para baralhar”.

António Leitão Amaro participou na quinta reunião do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, que aconteceu em Lisboa, onde apresentou a nova proposta de alteração à Lei de Estrangeiros e admitiu, em declarações aos jornalistas, que “a lei que vai ser votada amanhã [terça] não tem de ser exatamente igual à proposta que entrou na quarta-feira passada”.

“O que está a acontecer é um diálogo entre os diferentes grupos parlamentares e é normal que, no contexto do diálogo, todos os partidos exponham as suas opiniões sobre estas leis”, disse o ministro da Presidência, acrescentando que “faz parte do processo que possa haver ajustamentos”.

Leitão Amaro sublinhou a necessidade de existir um diálogo sério e disse acreditar que até à manhã desta terça-feira “os partidos podem ter algum sentido de querer contribuir para a solução de regular a imigração, incluindo o Chega, incluindo o PS”.

Pouco antes de terminar a reunião do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, o líder do Chega, André Ventura, colocou uma condição para chegar a um acordo em relação à Lei dos Estrangeiros: tornar obrigatória a contribuição dos estrangeiros durante cinco anos para obtenção de apoios sociais.

“Apelo ao primeiro-ministro para este ponto absolutamente sensível. Concorda ou não que os imigrantes que chegam a Portugal têm que ter pelo menos cinco anos de descontos até poderem ir buscar subsídios à Segurança Social”, questionou. E deixou o aviso: “Se não concordar, não temos acordo. Porque, para nós, este é um ponto decisivo”.

Já do lado do Governo, Leitão Amaro considerou que esta exigência não está relacionada com a Lei de Estrangeiros. “Se alguém quer falar de assuntos que não têm nada a ver, pode só meter assuntos para baralhar. Mas isso não contribui para solução nenhuma”, acrescentando que misturar assuntos é “tentar desculpar-se e sair” do debate.

A nova proposta de alteração à Lei de Estrangeiros, apresentada na semana passada, mantém o prazo de dois anos de residência válida para pedir o reagrupamento familiar, mas admite várias exceções, incluindo para cônjuges.

Na passada quinta-feira, António Leitão Amaro explicou que, embora se mantenha o prazo geral de dois anos indicado no diploma chumbado pelo Tribunal Constitucional, este passará para um ano quando se trate de cônjuges que coabitaram com o requerente do reagrupamento familiar no ano anterior a este ter imigrado para Portugal.

O governante disse ainda que a proposta, entregue na Assembleia da República pelos grupos parlamentares de PSD e CDS-PP, alarga a possibilidade de pedido imediato, que já estava prevista para menores, a maiores incapazes a cargo do imigrante e ao pai ou mãe do seu filho.

Tal como na versão inicial, profissionais altamente qualificados ou com autorização de residência para investimento ficarão igualmente dispensados de qualquer prazo para pedir o reagrupamento familiar.

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