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Governo angolano lança concessão do Caminho de Ferro de Moçâmedes nos próximos 60 dias

Jorge Bengue, que integrou a comitiva de embaixadores da União Europeia que realizam uma visita às províncias do Huambo e Bié, sublinhou que a experiência adquirida com o Corredor do Lobito permitiu acelerar os preparativos para a próxima etapa: “Levámos cerca de três anos a preparar a concessão do Corredor do Lobito. Foi uma aprendizagem. Agora estamos prestes a lançar o concurso do Corredor Sul”.
3 Julho 2025, 19h44

O Governo angolano vai lançar “nos próximos 60 dias” um concurso público internacional para a concessão do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes, também conhecido como Corredor Sul, anunciou no Bié, o secretário de Estado para os Transportes Terrestres.

Jorge Bengue, que integrou a comitiva de embaixadores da União Europeia que realizam uma visita às províncias do Huambo e Bié, sublinhou que a experiência adquirida com o Corredor do Lobito permitiu acelerar os preparativos para a próxima etapa: “Levámos cerca de três anos a preparar a concessão do Corredor do Lobito. Foi uma aprendizagem. Agora estamos prestes a lançar o concurso do Corredor Sul”.

A visita, que decorre no âmbito do acompanhamento dos projetos financiados e cofinanciados pela União Europeia (UE) no Corredor do Lobito, teve como objetivo observar no terreno as iniciativas europeias.

A comitiva, liderada pela delegação da UE em Angola, integra nove dos 10 diplomatas e seus representantes acreditados em Angola, bem como outras entidades relacionadas com a infraestrutura, câmaras de comércio e responsáveis do governo central e local.

A concessão do Corredor do Moçâmedes inclui não só a gestão e operação da linha férrea que liga o interior da província da Huíla ao porto do Namibe, como também a sua interligação futura com a Namíbia e a requalificação do porto do Namibe, transformando-o numa plataforma logística regional.

“O operador que vier a ganhar o concurso terá como uma das opções a interligação de Angola com a Namíbia”, destacou o governante.

A ligação ferroviária do Corredor do Lobito à Zâmbia está igualmente a avançar, com estudos já concluídos e a fase de estruturação financeira em curso, adiantou.

A estratégia insere-se no Programa de Desenvolvimento do Setor Ferroviário 2023–2028, que prevê um investimento total de 12,2 mil milhões de dólares (cerca de 10,34 mil milhões de euros), com financiamento repartido entre fundos públicos e privados.

A proposta de concessão do Corredor do Moçâmedes surge num momento em que Angola quer valorizar os seus eixos logísticos e de transporte, pretendendo que o Corredor Sul sirva como motor de desenvolvimento industrial e mineiro.

O plano inclui seis concessões ferroviárias nas três grandes linhas existentes: Caminho de Ferro de Benguela (CFB), integrado no Corredor do Lobito e concessionado à Lobito Atlantic Railway, Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM) e Caminho de Ferro de Luanda (CFL).

Segundo Jorge Bengue, o Corredor do Moçâmedes tem “características diferentes” do Lobito.

Enquanto este serve atualmente para o transporte de carga regional, sobretudo minerais do Congo, o Corredor Sul está mais vocacionado para a circulação de carga resultante da produção nacional, em particular da atividade mineira em larga escala. “Estamos a requalificar e ampliar o porto do Namibe para complementar as duas infraestruturas e termos então aquilo que nós queremos, que é um desempenho eficiente do corredor em si e começarmos a dar os passos para a interligação com a Namíbia”, explicou.

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