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Governo aponta tecnologias como elemento chave para aumento da produtividade e adaptação às alterações climáticas

Durante a conferência “Ação Climática –Desafios Estratégicos”, que decorreu esta segunda-feira, na Alfândega do Porto, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, afirmou que o Governo definiu “metas ambiciosas a este propósito” mas que são necessárias para corresponder às exigências climáticas e ambientais da atualidade.
  • António Cotrim/Lusa
28 Setembro 2020, 16h17

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, apresentou duas medidas de intervenção climática que vão tirar proveito das tecnologias digitais para melhorar a eficiência dos processos e produção, a redução dos resíduos e a adaptação às alterações climáticas.

Durante a conferência “Ação Climática –Desafios Estratégicos”, que decorreu esta segunda-feira, na Alfândega do Porto, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, afirmou que o Governo definiu “metas ambiciosas a este propósito” mas que são necessárias para corresponder às exigências climáticas e ambientais da atualidade.

Chegar a 2030 com as exportações a valerem 60% do PIB e com as despesas de investigação e desenvolvimento tecnológico a pesarem 3% do PIB, sem esquecer a redução das emissões de gases com efeito de estufa. Um trajeto “muito exigente”, que exige que se continue a “reforçar as qualificações dos portugueses e do sistema científico e tecnológico”, bem como a ligação entre empresas e os centros de saber, de modo a atrair novas atividades, mas, sobretudo, acrescentando valor ao que já se faz. O objetivo é, a partir das nossas capacidades e competências atuais, “sermos capazes de criar mais complexidade no portfólio de produtos e serviços que vendemos, e sermos capazes de acrescentar valor aquilo em que já nos especializamos”, defende.

Para Pedro Siza Vieira, esta tarefa conjuga-se com o desafio do combate às alterações climáticas e por isso “temos que ser capazes de mitigar e adaptar a nossa produção ao novo contexto climático, mas também em todos aos demais setores sermos capazes de utilizar melhor a energia e reduzir a intensidade carbónica dos nossos processos produtivos”.

“Este esforço em que ao mesmo tempo que queremos crescer na cadeia de valor e reduzir a emissão de GEE é um esforço que vai exigir à nossa sociedade um enorme empenho no investimento necessário para fazermos as adaptações que isso nos exige”, reforçou durante a sua intervenção.

Assim, de modo a que se consiga conciliar estes dois objetivos — aumentar o nível de produção e o valor das  exportações e de nos adaptarmos às novas condições climáticas — “é precisamente conciliando através do investimento nas qualificações, inovação e tecnologias digitais”.

Para isso serão necessários dois níveis de intervenção. O primeiro será focado nas novas tecnologias e os novos serviços para as empresas, nomeadamente a criação de novas “redes inteligentes para gerir melhor uma produção de eletricidade”. O Governo terá que assegurar processos e equipamentos industriais e de automação para a própria atividade agrícola e criar um conjunto de equipamentos, tecnologias e serviços que permitam à economia e empresas adaptarem-se a este novo contexto e exigências.

“Esses novos serviços e tecnologia de produção são uma oportunidade muito significativa para podermos criar emprego qualificado e para podermos ser capazes de assegurar um crescimento na cadeia de valor”, referiu.

Já a segunda área de intervenção consiste em apoiar os produtores atuais nas mudanças que têm que fazer para serem capazes de se adaptar ao novo contexto.

“Se vamos ter novos prestadores de serviços, novas capacidades e novas tecnologias que servem as nossas empresas e podem ser fator de exportação, precisamos também aqueles que já produzem na industria, nos transportes a adequarem-se e adaptarem os seus processos de produção e os seus equipamentos a este novo contexto”, explicou. “E fazê-lo de uma forma que não percam a competitividade externa. Isso significa um apoio muito significativo ao nível dos investimentos que vão ter que realizar para fazermos essas adaptações”, reforçou.

Para Siza Vieira, tratam-se de duas linhas de atuação que servem para assegurar a conciliação entre o crescimento da produtividade e a adaptação ao novo contexto de combate às alterações climáticas.

O responsável pela tutela lembrou os apoios criados, especificamente, para resposta à emergência da Covid-19, bem como o novo quadro comunitário da União Europeia, o quadro financeiro plurianual que se seguirá ao Portugal 2020, mas sublinha que será o Plano de Recuperação e Resiliência que permitirá “concretizar as reformas que o país muito necessita”, designadamente apoiando o esforço de descarbonização da economia, “permitindo às empresas atravessarem este processo de transformação sem prejuízo da sua competitividade”.

A conferência “Ação Climática –Desafios Estratégicos” contou com a presença de representantes do governo e especialistas em matéria das alterações climáticas o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

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