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Governo assumiu aos sindicatos que vai falar com Santander Totta e BCP sobre despedimentos

A pedido da UGT, o Mais Sindicato, o SBC e o SBN reuniram-se a 3 de setembro com o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, com a ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e com o secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita.
4 Setembro 2021, 11h39

O BCP vai avançar para o despedimento de até 100 trabalhadores, depois de ter chegado a acordo com cerca de 800 funcionários, já o Banco Santander Totta vai iniciar um “processo unilateral e formal” com 350 trabalhadores.

Numa reunião com os sindicatos (Mais Sindicato, Sindicato dos Bancários do Centro e Sindicato dos Bancários do Norte) que decorreu na tarde desta sexta-feira, com os ministros da Economia, Pedro Siza Vieira, e do Trabalho, Ana Mendes Godinho, e e com o secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, os governantes admitiram falar com os presidentes do BCP e do Santander Totta para tentar evitar os despedimentos coletivos previstos.

“Na reunião desta tarde, os ministros compreenderam a preocupação dos Sindicatos dos Bancários da UGT face aos despedimentos coletivos anunciados e o Governo comprometeu-se a debater o tema com os presidentes do Banco Santander Totta (BST) e do Millennium bcp”, referem os sindicatos em comunicado.

O mesmo comunicado refere que “a pedido da UGT, o Mais Sindicato, o SBC e o SBN reuniram-se hoje, 3 de setembro, com o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, com a ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e com o secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita”.

Os Sindicatos dos Bancários da UGT “expuseram aos governantes as suas preocupações com o que se está a passar na banca, face às contínuas pressões e ameaças sobre os trabalhadores, que culminaram com os processos de despedimento coletivo no BST e no BCP, que abrangem, respetivamente, 350 e 100 bancários”, adiantam.

Segundo os sindicatos, os ministros, em nome do Governo, prometeram agir, debatendo os despedimentos coletivos com os presidentes do BST e do BCP, respetivamente Pedro Castro e Almeida e Miguel Maya.

“Muitas foram já as audiências mantidas pelos três Sindicatos desde setembro de 2020, quando a banca em Portugal deu início à dramática, intensa e injustificável ameaça de despedimento de milhares de trabalhadores. Aproveitando a situação que o País e o mundo atravessam, a banca usou o pretexto da aceleração digital provocado pela pandemia e quis reduzir custos à custa dos trabalhadores. Centenas de bancários já saíram do setor, a maior parte sob a ameaça de despedimento coletivo”, referem os sindicatos afetos à central sindical que tem como secretário-geral da UGT, Carlos Silva.

“Depois de tudo o que tem sido feito pelos Sindicatos da UGT para impedir os despedimentos coletivos, faltava ao MAIS, ao SBC e ao SBN apelarem ao Governo para que interviesse para parar esta situação dramática”.

Os sindicatos da UGT consideram que o Governo tem de intervir porque “a destruição de postos de trabalho na banca tem consequências graves para a Segurança Social e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), pois os bancários despedidos deixam de ter acesso ao SAMS, sobrecarregando o SNS”.

“A banca tem sido ajudada pelo país ao longo dos anos, auxílio esse suportado pelos impostos dos portugueses”, invocam os sindicatos como argumento contra os despedimentos nos bancos.

“Na altura em que insensivelmente pretende deixar centenas de bancários sem recursos para se sustentarem e às suas famílias, a banca regista lucros”, avançam ainda.

“O País precisa de preservar empregos e apostar no trabalho digno, tal como está em discussão na Concertação Social”, por isso o Mais, o SBC e o SBN estão convictos de que o Governo, “tal como prometeu, vai cumprir a sua missão neste conflito”.

Próximos passos
Os Sindicatos da UGT prometem não dar tréguas aos bancos e já está já agendada para 15 de setembro, a pedido da UGT, a realização de uma cimeira com a UGT espanhola e os delegados sindicais no Banco Santander em Espanha.

“Os três Sindicatos da UGT aguardam ainda a tomada de posição internacional, que culminará com uma queixa à Comissão Europeia e ao Banco Central Europeu, assinada pelas organizações sindicais internacionais CES, CSI, UNI e grupo de trabalhadores do Comité Económico e Social Europeu (CESE)”, avançam.

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