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Governo brasileiro prepara Cimeira Social do G20

São esperadas cerca de 50 mil pessoas no evento que vai detalhar os trabalhos desenvolvidos “ao longo de quase um ano pela sociedade civil e movimentos sociais”, refere nota oficial do governo brasileiro.
27 Outubro 2024, 13h35

A Cimeira do G20 Social “é o ápice do processo de participação social, idealizado pelo presidente Lula em dezembro de 2023, em Nova Deli, na Índia, quando o Brasil assumiu simbolicamente a presidência rotativa do bloco”, refere o governo brasileiro. A Cimeira do G20 Social vai ocupar, entre os dias 14 e 16 de novembro, uma das áreas mais simbólicas do centro do Rio de Janeiro: a Praça Mauá. “Como país plural, diverso e com autoridade para tratar de questões fundamentais, a participação social garante espaço, às vésperas da Cimeira de Líderes do G20, para as diferentes vozes, lutas e reivindicações das populações e agentes não-governamentais dos países que compõem as maiores economias do mundo. Assim, o grupo pretende que as colaborações da sociedade civil sejam analisadas e, se houver consenso, incorporadas à Declaração de Líderes”.

Coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR), o G20 Social “é um processo inédito criado pela presidência brasileira do G20. O objetivo é ampliar a participação social nos processos de debate para decisões da Cúpula dos Líderes do G20, em torno de três eixos centrais escolhidos pelo governo brasileiro: combate à fome, à pobreza e às desigualdades; sustentabilidade, mudanças climáticas e transição justa; e reforma da governança global”.

Desde Nova Deli, “o G20 Social deu espaço à pluralidade de vozes da sociedade civil brasileira e estrangeira e propiciou, pela primeira vez, encontros entre as trilhas política e financeira da cúpula de líderes mundiais e os grupos de engajamento e lideranças de movimentos sociais”.

A cimeira contará com feiras organizadas ao longo do Boulevard Olímpico em três caminhos temáticos: o da Sustentabilidade, com artesanato e serviços; o do Combate à Fome, com produtos alimentícios e agroecológicos; e o da Cultura dos Povos, com literatura, publicações e divulgações sociais. Serão 150 barracas selecionadas num processo que recebeu 264 inscrições.

Além disso, contará com o Festival de Cultura Aliança Global Contra a Fome, no Palco Central, na Praça Mauá, todos os dias. Terá ainda o espaço CRIA, um ponto central de contacto entre criadores de conteúdo, comunicadores e ativistas.

No primeiro dia, “será marcado por atividades propostas pela sociedade civil em suas mais diversas vozes, as atividades autogestionadas. São debates, conversas e mesas temáticas organizadas por movimentos sociais, grupos de engajamento, organismos internacionais, conselhos, universidades, governos, setor privado, dentre outros, do Brasil e do exterior. Ao todo foram recebidas 852 inscrições e selecionadas, numa primeira chamada, 164 atividades. A Secretaria-Geral trabalha para incluir novas atividades em outros espaços”.

No dia seguinte, a programação “estará organizada em torno dos três eixos temáticos – Combate à Fome e à Pobreza, Sustentabilidade e Governança Global – com aprovação de um documento por eixo. Em seguida, continuam as atividades coordenadas pela sociedade civil no período da tarde”.

Finalmente, o último dia “será o da síntese das atividades desenvolvidas para o G20 Social. Da plenária final sairá a aprovação de documento que será entregue na Cimeira dos Chefes de Estado, com ato de encerramento no período da tarde, no Palco Central da Praça Mauá”.

Dando continuidade ao processo de participação social, a presidência brasileira, por meio da Secretaria-Geral da Presidência da República,convidou os movimentos sociais de base histórica nacional para construção dos processos. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong); a Central Única dos Trabalhadores (CUT); a Coligação Negra por Direitos; a Marcha Mundial das Mulheres (MMM); a Central Única das Favelas (Cufa); e o Movimento de Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) integram o comitê organizador da Cimeira Social do G20.

Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.

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