Portugal vai ficar com um Governo de gestão a liderar o país a partir de 8 de dezembro durante quase três meses até às eleições antecipadas de 10 de março.
Mas o que significa um Governo de gestão e o que pode, ou não pode, fazer? O constitucionalista Jorge Miranda explica que o executivo de António Costa vai ficar limitado a atos administrativos, com os atos políticos a ficarem sob a alçada de Marcelo Rebelo de Sousa.
“Em princípio, o último Conselho de Ministros será no dia 7 [de dezembro] e, portanto, dia 7 à noite será a demissão”, mas que produzirá “efeitos na sexta-feira” 8 de dezembro, disse o Presidente da República, citado pela “Lusa”.
“Eu prolonguei um bocadinho aquilo que poderia terminar depois deste fim de semana, já que terminou a votação final global do Orçamento do Estado”, afirmou, acrescentando que “havia algumas votações importantes para o PRR” que “era preciso terminar” e por isso, “a pensar no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”, daí ter decidido adiar a formalização da demissão.
“É por isso também que na Assembleia a dissolução, que é no dia 15 (de janeiro), também foi pensada para deixar acabar a redação final do Orçamento, que é perto do fim do ano”, disse Marcelo Rebelo de Sousa. O PR acrescentou que quis dar mais tempo para o Parlamento “poder reapreciar” os estatutos da ordens profissionais.
A demissão de António Costa na sequência do caso Influencer deixou em aberto vários dossiers cruciais para o país, incluindo a privatização da TAP e a decisão sobre o novo aeroporto da região de Lisboa.
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