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Governo de Moçambique prevê inflação a cair até 2028

“No período 2026–2028, antecipa-se uma trajetória de moderação gradual da inflação, convergindo para a meta de médio prazo do Banco de Moçambique, situada em cerca de 3,2%, assumindo a manutenção da disciplina fiscal, estabilidade cambial e ausência de choques externos significativos”, lê-se no Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), documento aprovado em 24 de junho, em Conselho de Ministros.
10 Julho 2025, 19h07

O Governo de Moçambique prevê que a inflação continue a cair até 2028, rondando 3,2%, meta que depende da manutenção da disciplina fiscal e da estabilidade externa.

“No período 2026–2028, antecipa-se uma trajetória de moderação gradual da inflação, convergindo para a meta de médio prazo do Banco de Moçambique, situada em cerca de 3,2%, assumindo a manutenção da disciplina fiscal, estabilidade cambial e ausência de choques externos significativos”, lê-se no Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), documento aprovado em 24 de junho, em Conselho de Ministros.

“A diversificação da oferta interna e o reforço das cadeias de abastecimento contribuirão para reduzir a vulnerabilidade a choques externos”, acrescenta o documento, com as principais previsões económicas para Moçambique no médio prazo.

No CFMP, o Governo afirma que em 2024 a inflação “manteve-se relativamente controlada”, apesar “de pressões sazonais e choques nos preços dos bens alimentares e combustíveis”.

“Este desempenho decorreu de uma política monetária prudente, estabilidade cambial relativa e melhor oferta de produtos agrícolas. Contudo, choques climáticos e perturbações logísticas ocasionaram aumentos localizados de preços em determinados períodos. Para 2025, projeta-se uma aceleração moderada da inflação, com a taxa média anual estimada em cerca de 7,0%, influenciada principalmente pelo aumento dos preços dos alimentos importados, energia e custos de transporte”, refere ainda o documento.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o Índice de Preços no Consumidor de maio indica uma subida de preços homóloga em maio de 4%, influenciada sobretudo pelas divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas e de restaurantes, hotéis, cafés e similares, que aumentaram num ano 8,73% e 8,35%, respetivamente.

A inflação acumulada de 2024, segundo dados anteriores do INE, fixou-se nos 4,15%, que compara com os 5,3% de 2023, mas abaixo do pico de quase 13% atingido em julho de 2022.

O Governo prevê que Moçambique feche 2025 com uma inflação em torno de 7%.

O Banco de Moçambique prevê que a inflação anual vai continuar a desacelerar nos próximos meses, refletindo a recente decisão de isentar de IVA alguns produtos básicos e reduzir em até 60% as tarifas de portagens.

“No curto prazo, prevê-se a manutenção da tendência para desaceleração da inflação anual, a refletir o impacto da isenção do IVA nos produtos básicos (açúcar, óleo alimentar e sabão), o ajustamento em baixa das tarifas de água e portagens e a queda dos preços de alimentos no mercado internacional, num contexto de estabilidade do metical”, lê-se no relatório de Conjuntura Económica e Perspetivas de Inflação.

O documento aponta ainda que o habitual inquérito aos agentes económicos “corrobora as perspetivas de desaceleração da inflação anual”, já que as expectativas macroeconómicas dos agentes económicos reveladas no estudo de maio “apontam para uma inflação anual de 4,90% em dezembro de 2025, o que representa uma revisão em baixa de 3 pontos base face às expectativas divulgadas no inquérito de abril”.

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