O Ministério das Finanças realçou a queda acentuada do PIB português no ano passado devido à pandemia, mas salientou que a economia teve um desempenho acima do esperado no segundo semestre de 2020. Contudo, admite que o novo confinamento no início deste ano terá “efeitos negativos” na atividade económica, o que levará a um crescimento menor do que o projectado para este ano.
“Em Portugal, apesar da queda acentuada do PIB, a evolução reflete uma melhoria face à previsão apresentada pelo Governo no Orçamento do Estado para 2021 (8,5%)”, refere o Ministério tutelado por João Leão, em reação à estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira, que aponta para contração do PIB de 7,6% em 2020, em termos homólogos.
O Governo assinala que “a atividade económica teve um comportamento melhor do que o anteriormente antecipado no segundo semestre do ano, com um crescimento de 5,1% face ao primeiro semestre”.
A pandemia levou assim e conforme antecipado à maior recessão da economia portuguesa em Portugal desde o 25 de abril e, segundo os dados disponíveis consultados pelo Jornal Económico, pelo menos desde a década de 60. Em comparação com a zona euro, Portugal teve uma queda do PIB superior à média, que segundo os dados preliminares divulgados pelo Eurostat esta terça-feira terá sido de 6,8% e da 6,4% na totalidade da União Europeia.
Na reta final do ano, o PIB aumentou 0,4% em cadeia no quarto trimestre de 2020, que compara com a queda de 13,9% no segundo trimestre, seguido de um crescimento de 13,3% no terceiro trimestre. “Os contributos da procura interna e da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB foram ambos positivos”, explica o organismo de estatística.
Ainda assim, na comparação homóloga, o PIB diminuiu 5,9% no último trimestre do ano, quando no terceiro trimestre a queda tinha sido de 5,7%.
“Esta previsão está em linha com a dinâmica da atividade económica nos últimos meses de 2020. As compras e os levantamentos por Multibanco, por exemplo, aumentaram 20,3% no 2o semestre face ao 1o. Por sua vez, também o consumo de eletricidade teve um comportamento favorável, com um aumento de 1,2% no mês de dezembro”, explicam as Finanças, dando nota de que este desempenho também se terá refletido no mercado de trabalho.
O Governo assinala ainda que a atividade económica teve igualmente efeitos positivos na receita fiscal no segundo semestre. “A receita fiscal em 2020 deverá ficar substancialmente acima do previsto quer no Orçamento Suplementar de junho quer no Orçamento do Estado para 2021. Neste âmbito, destaca-se a evolução do IRS que, apesar da pandemia, deverá apresentar um crescimento homólogo em 2020”, refere.
Contudo, tal como anunciado na semana passada, o novo confinamento decretado no início do ano irá penalizar o cenário macroeconomia desenhado no Orçamento do Estado para 2021 para este ano. “O novo confinamento generalizado, decretado no início do 2021, terá efeitos negativos na atividade económica nos primeiros meses do ano, que implicarão uma evolução anual menos favorável do que anteriormente antecipado”, salienta esta terça-feira o Ministério das Finanças.
O governo enumera neste sentido as medidas implementadas para mitigar o impacto, como o “lay-off simplificado para empresas com atividade encerrada, com o pagamento de 100% do salário do trabalhador, o apoio à retoma progressiva, o apoio simplificado a microempresas, o programa Apoiar, o apoio a rendas não habitacionais, o apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores e a prorrogação do subsídio de desemprego”.
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