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Governo diz que queda da economia está em linha com parceiros comerciais e vê “sinais de uma recuperação progressiva”

Executivo enquadra queda do PIB português no cenário de crise global provocada pela pandemia e sustenta que os indicadores económicos apresentam já “sinais de uma recuperação progressiva”, defendendo que o crescimento dos último anos preparou o país. 
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    Tiago Petinga/Lusa (Pool)
31 Julho 2020, 11h25

O Governo desdramatiza a queda histórica de 16,5% do PIB português em termos homólogos, salientando que está em linha com a dos principais parceiros económicos, num cenário de recessão a nível mundial devido à pandemia, e que reflete os efeitos provocados pelo Estado de emergência. Revelando alguns traços de optimismo, diz que os indicadores económicos apresentam já “sinais de uma recuperação progressiva”, defendendo que o crescimento dos último anos preparou o país.

“Note-se que a contração muito acentuada da economia no segundo trimestre se está verificar em todo o mundo e está em linha com a queda verificada nos nossos principais parceiros económicos como Espanha (22,1%), França (19%) e Itália (17,3%)”, refere o ministério das Finanças, em comunicado divulgado esta sexta-feira, após a divulgação dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A primeira estimativa do INE revela que a economia portuguesa encolheu 16,5% no segundo trimestre, face ao período homólogo, naquela que é a maior contração da série histórica da instituição, tendo em cadeia caído 14,1%. Entre os 10 países da União Europeia que já revelaram dados, Portugal ocupa o quarto lugar da tabela entre as maiores quedas no segundo trimestre face a igual período do ano passado.

“Esta redução muito acentuada do PIB no segundo trimestre reflete o impacto provocado pela pandemia de Covid-19 e está associada ao período de maior recolhimento do estado de emergência, que vigorou entre 18 de março e 2 de maio, e das restantes medidas de proteção sanitária implementadas e consequente queda da atividade económica”, justifica o gabinete de João Leão.

O Executivo sustenta que “nas últimas semanas, findo o estado de emergência, os indicadores económicos de alta frequência apresentam já sinais de uma recuperação progressiva da atividade económica”, apontando como exemplo que as compras com recurso a cartão multibanco tiveram “uma recuperação significativa”, tendo registado uma variação homóloga positiva de 1% na segunda semana de julho, “depois de terem chegado a registar quedas homólogas superiores a 30% no mês de abril”.

Aponta ainda como exemplo p consumo de eletricidade empresarial, que mostrou sinais de recuperação em junho, com um crescimento de 7,9% face a maio.

“O Governo introduziu um conjunto de medidas de cariz excecional para reduzir a incerteza associada a este período, nomeadamente através do Programa de Estabilização Económica e Social, com o objetivo de proteger o emprego e o rendimento das famílias, por um lado, e permitir a continuidade da atividade das empresas, por outro”, vinca, acrescentando que “esta situação extraordinária interrompe um prolongado período de crescimento económico”.

Para as Finanças, “o caminho percorrido nos últimos anos permitiu a Portugal estar hoje mais bem preparado para responder ao desafio desta crise global causada pela pandemia”.

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