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Governo quer filhos de emigrantes a estudar em Portugal

O Concurso Nacional de Acesso do próximo ano letivo reserva 7% do total das vagas para os filhos da diáspora. A divulgação está em curso em várias cidades da Europa, África do Sul e Estados Unidos.
12 Maio 2019, 12h00

Há 3.500 lugares reservados para filhos de emigrantes que queiram frequentar a universidade ou o politécnico em Portugal no próximo ano letivo. As vagas, que correspondem a 7% das disponibilidades da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso, estão a ser apresentadas junto das principais comunidades portuguesas residentes no estrangeiro, pelas tutelas das Comunidades Portuguesas e do Ensino Superior.

As jornadas “Estudar e Investigar em Portugal 2019” integram-se na iniciativa mais vasta “Estudar e Investigar em Portugal” (Study & Research in Portugal), promovida pelo Governo português em cooperação com as instituições de ensino superior, ciência e tecnologia, visando atrair estudantes internacionais. Tiveram início em março em Ettelbruck e não foi por acaso. Com 96.544 portugueses, o Luxemburgo tem uma das comunidades portuguesas mais representativas: 16% da população total. Nessa pequena cidade do centro do Grão-Ducado, não muito distante da capital, José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, acompanhado do diretor-geral do Ensino Superior, João Queiroz, participou na entrega de diplomas a 180 alunos de língua e cultura portuguesa.

Na ocasião, o governante destacou o “crescimento de 37% no número de alunos que quiseram realizar provas para efeitos da sua certificação de competências linguísticas”, considerando que “as famílias estão a valorizar cada vez mais não apenas a procura da língua portuguesa, mas a certificação das competências obtidas”. O certificado é válido em todo o espaço da União Europeia.

O roteiro das jornadas mapeia outras cidades com forte presença portuguesa, como Joanesburgo e Pretória na África do Sul, Hamburgo, Bruxelas e Genebra na Europa, bem como as regiões de Bordéus, Toulouse e Paris, em França. Os Estados Unidos da América são igualmente paragem obrigatória. A próxima está marcada para 26 a 31 de maio, em Washington DC.

“Estudar em Portugal 2019” visa, nas palavras do diretor-geral do Ensino Superior, João Queiroz, “sensibilizar e estimular os filhos de emigrantes” para “as possibilidades que Portugal lhes oferece”, e expressa “a vontade que o país tem de acolher estes estudantes”.

Na prática, esta aproximação à diáspora poderá compensar a quebra demográfica no ensino superior com lusodescendentes. A aposta é séria, mas os resultados não estão garantidos. No ano passado, por exemplo, das vagas abertas ao abrigo do contingente especial para candidatos emigrantes portugueses e familiares que com eles residam, só houve 247 vagas ocupadas. Ficaram centenas por preencher.

Neste porta a porta são dadas a conhecer as oportunidades de ingresso e frequência no ensino superior português e destacada a qualidade das suas instituições. A iniciativa inclui a criação de uma plataforma de divulgação do ensino superior e investigação em Portugal (study-research.pt), um instrumento para a promoção e internacionalização do país nesta área.

Toda a promoção é importante para colocar o ensino superior português e as suas instituições no mapa.

Artigo publicado no “Educação Internacional” do Jornal Económico a 10-05-2019

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