O Governo sueco voltou a rejeitar injetar dinheiro público para resgatar a Northvolt. A notícia é revelada esta terça-feira pelo jornal “Dagens Industri” que revelou que o Executivo de Estocolmo criou um grupo de crise para “ajudar” a companhia “com tudo o que for preciso”, exceto dinheiro público.
Entretanto, a sueca Northvolt já está a preparar um plano B no caso de não conseguir chegar a acordo com os seus credores.
A parceira da Galp na refinaria de lítio de Setúbal contratou a consultora Teneo para obter conselhos para a sua reestruturação, incluindo um plano de contingência se a companhia falhar em chegar a acordo com os seus credores, revela hoje a “Bloomberg” que aponta para um “cash crunch” na empresa, isto é, “falta de dinheiro” com os “desafios financeiros a escalarem rapidamente”.
“A companhia está a ficar com falta de dinheiro menos de um ano” depois de ter garantido um financiamento verde no valor de cinco mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros).
Dívida total e obrigações convertíveis? Mais de 13 mil milhões de dólares (11,7 mil milhões de euros).
As negociações com credores e investidores estão a decorrer. Enquanto isto, a companhia anunciou ontem que vai despedir 20% dos seus trabalhadores com o objetivo de aumentar a sua produção na sua fábrica principal em Skelleftea no norte da Suécia.
Longe vão os dias em que a companhia, cofundada por Paolo Cerruti (na foto), preparava um IPO para entrar em bolsa.
O cancelamento de um contrato de dois mil milhões de euros pela BMW em junho expôs os problemas da companhia, a par de uma desaceleração da procura por carros elétricos.
“Os desenvolvimentos coloraram a sobrevivência da Northvolt em risco”, sinaliza a “Bloomberg”, colocando em causa a resposta europeia à criação de uma fábrica de produção de baterias para tentar combater o poder asiático neste mercado, que é totalmente dominado por empresas chinesas, coreanas e japonesas.
Já os críticos consideram que se colocaram todos os ovos no mesmo cesto da Northvolt, uma estratégia que muitos consideram errada, por não ter dado frutos, após ter recebido investimento e fundos no valor de mais de 20 mil milhões de dólares (18 mil milhões de euros).
Com o financiamento existem condições que têm de ser cumpridas, e por isso a companhia está agora em conversações com os credores do fundo de cinco mil milhões de dólares.
A imprensa sueca, através do jornal de economia “Dagens Industri”, revela que a companhia está a tentar angariar 737 milhões de dólares para pagar os salários de setembro, segundo a “Bloomberg”.
O Governo sueco voltou a reafirmar na segunda-feira que não tem planos para resgatar a companhia, apelando que esta continue a dialogar com os credores.
A BMW mantém inalterada a sua participação de 3% na companhia, já a Volkswagen (20% de participação) também defendeu esta semana o plano para aumentar a produção.
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