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Governo vai à China procurar investimento para portos

Ministra do Mar vai liderar missão empresarial à China, no final deste mês. Teixeira Duarte, Mota-Engil e turcos da Yildirim vão estar na comitiva.
  • Rafael Marchante/Reuters
15 Outubro 2017, 21h00

O Governo português vai lançar mais uma iniciativa de diplomacia económica para captar investimento chinês para os principais terminais portuários em Portugal Continental, com destaque para os existentes e previstos para Sines, Leixões e Lisboa.

O Jornal Económico sabe que, após vários meses de preparação e de adiamentos por questões inconciliáveis de agenda, no próximo dia 28 de outubro, Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, irá liderar uma missão empresarial de vários dias a Pequim, Xangai e Hong Kong.

Para a comitiva, foram convidados o grupo turco Yildirim, que hoje em dia tem uma larga quota de mercado na gestão de terminais portuários no Continente português, assim como a Mota-Engil e a Teixeira Duarte, construtoras com larga experiência na construção e/ou gestão de terminais portuários em vários pontos do Globo.

O objetivo desta missão de Ana Paula Vitorino é captar investimento chinês para os projetos de expansão, remodelação, beneficiação e construção de raiz de novos terminais portuários em Portugal Continental, em particular nos portos de Sines, Leixões e Lisboa.

A China está a implementar uma nova versão da famosa ‘Rota da Seda’, para acelerar as trocas comerciais entre o Extremo Oriente, a Europa e as Américas do Norte e do Sul, sendo que Portugal beneficia da sua localização geoestratégica de charneira entre estes últimos continentes e também na ligação a África, com quem a China tem desenvolvido relações económicas mais aprofundadas nas últimas décadas.

Um dos ‘trunfos’ da missão empresarial liderada por Ana Paula Vitorino será o pólo de investimento potencial para o porto de Sines. Ainda na quarta-feira, o presidente da APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve, José Luís Cacho, revelou numa conferência, na cidade alentejana, que o porto que dirige tem neste momento o objetivo de captar de mais de 670 milhões de euros de investimento, de preferência privado e, presume-se, maioritariamente estrangeiro.

Todos os cinco terminais do porto de Sines (GNL – Gás Natural Liquefeito, Granéis Líquidos, Petroquímico, Multiusos e Contentores [XXI]) têm projetos de expansão, prevendo mais postos de acostagem de navios, mais profundidade dos canais de navegação e até um novo terminal dedicado, além da concessão e construção de um novo terminal de contentores, o Vasco da Gama, cujo concurso público deverá ser lançado pela APS entre o final deste ano e o início de 2018, conforme garantiu José Luís Cacho na ocasião.

Neste momento, o Terminal XXI, tem uma capacidade instalada para 2,1 milhões de TEU, aproximando-se do seu esgotamento físico, uma vez que no ano passado já movimentou 1,5 milhões de TEU.

José Luís Cacho garantiu nesta intervenção que as negociações entre a concessionária PSA e o Estado português, representado pela APS, continuam a decorrer, para precisar os pormenores deste investimento.

Mas, ainda no segmento dos contentores, também em Sines, está previsto avançar com um novo terminal de contentores, o referido Vasco da Gama, que, na sua primeira fase de construção, deverá ter uma capacidade para cerca de três milhões de TEU por ano. E é aqui que o capital chinês pode ter uma palavra decisiva.

Com estes dois projetos, José Luís Cacho espera que dentro de poucos anos, o porto de Sines tenha uma capacidade instalada para a movimentação anual de 6,1 milhões de TEU, independentemente das novas fases de expansão que forem equacionadas para o futuro terminal Vasco da Gama.

O presidente da APS revelou ainda nesta sua intervenção que, desde o início deste ano até ao final de setembro, o porto alentejano está a registar um crescimento de 2% no total de carga movimentada e de 23% na movimentação de contentores face ao período homólogo de 2016.

Na bagagem de Ana Paula Vitorino para esta viagem à China também estará a possibilidade de atrair investimento do Império do Meio para a plataforma logística e industrial do porto de Sines, gerida pela empresa pública aicep Global Parques.

 

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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