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Graças Freitas: “Até à data todos os casos em Portugal deram negativo”

A diretora da Direção Geral de Saúde fez um novo balanço sobre a situação atual do coronavírus no país. “Quando houver um caso positivo, porque estamos à espera que aconteça, obviamente que nós comunicaremos de imediato”.
29 Fevereiro 2020, 09h49

“Todos os casos em Portugal, até à data foram negativos para o novo coronavírus que origina a doença designada por Covid-19”, afirmou Graça Freitas em conferência de imprensa este sábado, 29 de fevereiro.

“Quando as pessoas me dizem que há casos positivos para o coronavírus, até pode ser que sim, mas é para o coronavírus sazonal. Uma coisa é um doente que faz testes e que aparece um vírus da gripe e outros podem ter um coronavírus habitual. Completamente diferente é quando um dia identificarmos um doente com o Covid-19”, referiu Graça Freitas.

A diretora da Direção Geral de Saúde salientou que a entidade continua a validar casos como suspeitos. “Esta noite enviamos para os hospitais mais casos”. Graça Freitas desvalorizou o facto de terem surgido rumores sobre já existirem casos positivos de Covid-19 em Portugal.

“Quando houver um caso positivo, porque estamos à espera que aconteça, porque a situação epidemiológica no mundo vai originar um caso positivo em Portugal, mais cedo ou mais tarde e provavelmente até mais, obviamente que nós comunicaremos de imediato. Estamos a comunicar com total transparência para promover a tranquilidade”, sublinhou.

Sobre as medidas que estão a ser levadas a cabo para receber mais doentes com suspeitas de infeção por coronavírus, Graça Freitas realçou que “neste momento temos mais hospitais de referência, temos mais enfermeiros na linha do SNS 24 e mais laboratórios para fazerem o diagnóstico”.

A responsável da DGS salientou que “estamos a preparar-nos para que cheguem mais casos possíveis ou suspeitos a Portugal. Há dois dias com a vinda de cidadãos de Itália, tivemos mais casos suspeitos num dia do que tínhamos tido em todo o período até esse dia. Foi necessário expandir a nossa rede e toda esta linha de contensão para tratar bem todos os novos casos”.

Face à possibilidade de uma possível epidemia em Portugal, Graça Freitas, fez questão de frisar que se essa situação vier a acontecer “iremos evoluir para outra fase” e se a epidemia chegar a Portugal e outros países “teremos de entrar em outras metodologias de trabalho”.

Questionada sobre quando poderá registar-se a pior altura para uma expansão deste surto em Portugal, a diretora da DGS, não consegue traçar uma data, até porque “em relação a este vírus temos ainda algumas incertezas”, acrescentando que “se ele se tornar epidémico em outros países, teremos de analisar a forma como ele se comporta na fase inicial”.

Graça Freitas diz que que é necessário “esperar por casos em outros países e depois pelos primeiros casos no nosso país. Aí, já não estaremos a falar em cenários, mas em dados reais e a perceber qual está a ser a dinâmica da doença”.

Sobre o facto de poder não existir máscaras suficientes para os cidadãos, a diretora da DGS, salientou que “não estamos a recomendar a utilização de máscaras para a população em geral. O que é necessário é haver máscaras para os doentes, os médicos e enfermeiros que têm de fazer tratamentos a doentes e que podem por isso ficar infetados”.

Em entrevista ao jornal “Expresso”, Graça Freitas referiu que um milhão de portugueses poderiam ser infetados pelo Covid-19, mas durante a conferência de imprensa esse cenário foi afastado. “Neste momento afasto o cenário de um milhão dos portugueses poderem ser infetados. A última cenarização já é mais favorável que a anterior.

A responsável da DGS explicou que “uma coisa foi o cenário inicial, outra coisa vai ser a realidade e essa sim vai ser a prova de como é que vai ser o comportamento da epidemia. Esperamos todos que a epidemia não venha, mas se vier temos de estar preparados e tranquilos”.

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