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Grão a grão, enche a galinha o papo em Wall Street

Goldman Sachs e Citigroup beneficiaram da notícia que deu conta que ambos os grupos financeiros estão a colaborar na mega fusão entre o Deutsche Bank e o Commerzbank.
19 Março 2019, 07h55

Desde a forte subida do dia 11 deste mês no S&P500 que o andamento do principal índice aparenta ser o do ditado indicado no título, ou seja, devagar, devagarinho, sem grande alarido ou convulsões o certo é que aos poucos a barreira dos 2,800 pontos, que provou ser um osso duro de roer para os Bulls nos últimos quatro meses, está a ficar para trás deixando o abrangente índice accionista apenas a 3,3% de novos máximos históricos. Contudo as águas turvas da incerteza ainda aconselham cautela, hoje começa a reunião do FED que se espera confirme a mentalidade dovish da reunião anterior e o sentimento de confiança na economia norte-americana por parte dos membros do board do banco central, não obstante uma fase de menor fulgor que deverá ser ultrapassada já no segundo trimestre. Um desvio acentuado das expectativas dos investidores ou uma qualquer notícia negativa no campo económico-acordo comercial, poderá inverter rapidamente o lento, mas ascendente movimento dos últimos dias.

Ontem de destacar a performance positiva das energéticas, em linha com o ganho de 0,8% no WTI crude para os $58.99 por barril, e das financeiras, com a Goldman Sachs e Citigroup a beneficiarem da notícia que deu conta que ambos os grupos financeiros estão a colaborar na mega fusão entre o Deutsche Bank e o Commerzbank, que segundo as estimativas poderá implicar um corte de 30,000 postos de trabalho. As retalhistas de produtos não essenciais também registaram um ganho acima da média muito por causa da valorização de 1,68% nos títulos da Amazon. Do lado inverso esteve o sector dos serviços de comunicação com a queda de 3,46% nos títulos da Facebook a condicionarem o sentimento, enquanto que os activos de refúgio estiveram igualmente sobre pressão vendedora extra com um movimento notório de redução dos mesmos nos portefólios.

Na Europa o optimismo também esteve presente não obstante a incerteza quando ao futuro do processo Brexit, isto porque Theresa May tentou levar o seu acordo a um terceiro voto, o que foi negado pelo presidente da câmara dos comuns do Parlamento do Reino Unido, não impedindo no entanto e de forma definitiva que o mesmo não ocorra. Tentativa que acontece na semana em que supostamente a primeira ministra irá pedir à U.E um adiamento do prazo para o Brexit, prazo esse que à partida não é certo que seja dado por Bruxelas sem mais, fala-se na possibilidade da U.E exigir um prazo alargado para a extensão e não três meses, bem como da possibilidade de só aceitar a extensão caso ocorra um segundo referendo. Nos próximos dias saberemos da veracidade destas intenções, sendo quase certo que o caminho deste processo deverá continuar rocambolesco, o que ontem afectou negativamente o valor da libra inglesa, com a moeda a desvalorizar -0.3% para os $1.325, num dia em que as restantes moedas principais pouco variaram.

 

O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é Diário

Como era expectável este par de moedas encontrou resistência na parte superior no canal descendente (azul), sendo agora importante monitorizar o andamento do preço caso ocorra um breakout do canal

 

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