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Greenvolt mete as fichas todas na venda de ativos para fechar ano acima da linha de água

Companhia quer vender mais de 500 MW este ano em cinco diferentes operações, incluindo uma em Itália. Desta forma, espera recuperar dos 19 milhões de euros de prejuízos no primeiro semestre para fechar o ano com contas no verde.
24 Setembro 2024, 07h30

A Grenvolt registou prejuízos de 19 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mas espera fechar o ano com as contas no verde.

A companhia está a meter as fichas todas na venda de ativos, esperando fechar 2024 com as contas no verde, acima do resultado obtido em 2023 (lucros de 1,2 milhões de euros).

“Chegámos ao final dos primeiros seis meses deste ano com resultados líquidos negativos, resultados estes alinhados com aquelas que eram as nossas expetativas”, começou por dizer João Manso Neto em comunicado.

“Estes resultados, que refletem também um impacto negativo não recorrente, irão certamente apresentar um crescimento substancial até ao final do ano, antecipando-se uma melhoria na comparação entre 2024 e 2023”, acrescentou João Manso Neto no mesmo documento.

“Anunciámos recentemente, já neste segundo semestre, a venda de um portfolio de 19 projetos solares em Itália, mas há mais operações em carteira no que toca ao Utility Scale. Temos em curso processos de venda de cinco portfolios, três dos quais deverão ficar concluídos ainda em 2024, que nos permitirão superar os 500 MW alienados, o que compara com os 200 MW vendidos em 2023”, destacou o CEO.

Além destes negócios, a companhia também espera otimizar os investimentos na biomassa em Portugal e no Reino Unido, “onde além da central Tilbury Green Power esperamos concluir a compra da central Kent Renewable Energy até ao final de 2024”.

No início de setembro, a companhia anunciou ter chegado a acordo com a Glennmont Partners (agora Nuveen infrastructure) para a venda de um portefólio com 19 projetos solares fotovoltaicos, distribuídos pelas várias regiões de Itália, por um valor de cerca de 18,7 milhões de euros. Os projetos estão em fase Ready to Build (RtB) com uma capacidade de gerar 153 MWp de energia limpa.

O negócio italiano foi o único referido no comunicado da empresa, mas outro negócio foi noticiado nos últimos meses.

Em julho, a “Bloomberg” revelou que o maior acionista da EDP, a China Three Gorges, estava em negociações para adquirir um portefólio de ativos renováveis da Greenvolt em Espanha, com 170 megawatts (MW).

O portefólio inclui ativos eólicos e fotovoltaicos já em fase avançada de desenvolvimento, estando avaliados em 200 milhões de euros. Com esta aquisição, a China Three Gorges consegue expandir o portefólio que tem na Península Ibérica, sendo este um mercado visto como estratégico para as energias renováveis.

No primeiro semestre, as receitas subiram 42% face a período homólogo para 188 milhões de euros, com o EBITDA a recuar 40% para 26,5 milhões de euros.

No primeiro semestre, os resultados foram influenciados pelos “baixos preços da pool de eletricidade no Reino Unido e pelo investimento em curso no segmento Utility-Scale, onde não ocorreram novas transações de rotação de ativos durante o semestre”.

No comunicado, o CEO revelou que os resultados do primeiro semestres estão “alinhados” com as “expetativas”, tendo destacado que na biomassa, a empresa continua a ser penalizada pelos “baixos preços da energia registados no Reino Unido, enquanto no Utility Scale não foi ainda assinada qualquer operação de rotação de ativos, isto ao mesmo tempo que o segmento da Geração Distribuída foi impactado por atrasos nas instalações devido a constrangimentos operacionais”.

Já na geração distribuída, a energética diz estar confiante “quanto ao acelerar das instalações em curso nas 12 geografias em que já estamos presentes, metade delas ainda numa fase inicial. A carteira de encomendas, atualmente com mais de 300 MWp, é a prova do sucesso desta estratégia”.

“São várias as razões para estarmos confiantes quanto à estratégia de crescimento que temos definida, sendo essa reforçada pela cada vez mais sólida estrutura financeira do Grupo Greenvolt, detido em mais de 80% pela KKR”, rematou João Manso Neto.

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