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Greenvolt tem projeto para construir central solar e produzir hidrogénio verde no Pego (com áudio)

A empresa liderada por João Manso Neto encontra-se entre as seis que apresentaram propostas para ter direito a ligar projetos ao ponto de ligação à rede da antiga central a carvão do Pego com 628 megawatts de capacidade.
Paulo Cunha/Lusa
20 Janeiro 2022, 08h12

A GreenVolt apresentou um projeto para o ponto de ligação da antiga central a carvão do Pego que visa a construção de uma central solar e a produção de hidrogénio verde.

A empresa liderada por João Manso Neto ” apresentou uma candidatura ao procedimento concorrencial de atribuição de capacidade de injeção na RESP – Rede Elétrica de Serviço Público do Pego. Um projeto que inclui uma central fotovoltaica e uma instalação para a produção de hidrogénio verde”, disse fonte oficial da Greenvolt ao JE.

Para a produção de hidrogénio verde, a proposta da GreenVolt faz “recurso a uma tecnologia disruptiva e inovadora, que recorre à utilização de biomassa residual florestal, sem necessidade de proceder à sua queima”.

A energética explica que “tem como parceiro neste projeto a Haffner Energy, um dos mais relevantes players no setor do hidrogénio verde e que é possuidor de uma tecnologia inovadora pelo seu contributo decisivo para a descarbonização. Financeiramente trata-se de uma proposta sólida, mas realista e enfocada num nível adequado de rentabilidade”.

A Endesa, acionista da antiga central a carvão, também apresentou uma “proposta focalizada na criação de valor, riqueza e competitividade para o município de Abrantes e para a região do Médio Tejo. O projeto tem uma forte componente de criação de emprego na região e está alinhado com os objetivos e os desafios da descarbonização do país”.

EDP, Greenvolt, Bondalti e antigas acionistas apresentaram propostas para converter central do Pego 

Esta semana o ministério do Ambiente anunciou que seis empresas apresentaram propostas para a conversão da antiga central a carvão do Pego, no distrito de Santarém, incluindo as duas antigas acionistas: a Endesa e a Tejo Energia.

“O concurso público para a atribuição do ponto de injeção na Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) da Central Termoelétrica do Pego, em Abrantes, recebeu seis propostas: Tejo Energia SA, EDPR SGPS, GreenVolt, Endesa SA, Brookfield Ltd & Bondalti SA e Voltalia SA”, disse o ministério do Ambiente em comunicado na terça-feira.

Quem ganhar este concurso vai ter a possibilidade de ligar à rede projetos de energia com uma capacidade de até 628 megawatts (MW), a potência da antiga central a carvão.

A central localizada a 150 quilómetros de Lisboa tem uma potência instalada de cerca de 630 megawatts (MW). O terreno onde se encontra a central a carvão é detido pela Tejo Energia e tem um total de 300 hectares, com 20/30 hectares a serem ocupados pela central de ciclo combinado de gás natural (ElecGás, detida em partes iguais pela Endesa e pela TrustEnergy). O restante terreno é ocupado pela central a carvão, o parque de carvão e o de cinzas. O desmantelamento da central tem a duração de três a quatro anos, sendo necessário um investimento de 40 milhões de euros pelo consórcio para desmantelar a infraestrutura e descontaminar solos, segundo explicou anteriormente ao JE o líder da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva.

Já a central a carvão a gás natural (detida também pela Tejo Energia e Endesa) com 800 megawatts de potência vai continuar em atividade até 2035.

O ministério do Ambiente explica que “no calendário do processo incluem-se a análise e avaliação, que culmina com relatório preliminar do júri a publicar no sítio da Internet da Direção Geral de Energia e Geologia a 7 de fevereiro, ou seja, 15 dias úteis após prazo de apresentação das candidaturas; ponderação, pelo júri, das observações formuladas pelos concorrentes e elaboração de relatório final de análise das propostas até 21 de fevereiro e notificação, a realizar pela DGEG ao adjudicatário, do direito de reserva de capacidade de injeção na RESP até 25 de fevereiro”.

O Município de Abrantes, a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo fizeram parte da Comissão de Avaliação que apreciou os projetos submetidos a concurso, cujo prazo terminou na segunda-feira.

“O procedimento concorrencial tem como objeto a adjudicação de um projeto exclusivamente focado na produção de energia de fontes renováveis e na redução de emissões de gases com efeito de estufa. O projeto pode assumir várias formas: produção de eletricidade renovável, produção de gases renováveis, produção de combustíveis avançados e/ou sintéticos (ou um mix destes), sendo ainda valorizada a inclusão de soluções de armazenamento de energia”, explica a tutela.

“De acordo com o programa de concurso serão privilegiadas propostas que se distingam ao nível da criação de valor económico para a região, partilhem eletricidade renovável produzida com o Município de Abrantes, financiem programas de formação e reconversão profissional, a manutenção dos postos de trabalho existentes e que impliquem um menor hiato temporal entre o término da atividade da Central a carvão e o novo projeto. O adjudicatário terá ainda de fixar a sua sede social no concelho de Abrantes e operacionalizar uma zona piloto destinada às novas tecnologias de Investigação e Desenvolvimento (I&D) de energias renováveis”, segundo o comunicado.

 

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