Os efeitos que se fazem sentir devido à greve dos motoristas de matérias perigosas desde segunda-feira, 15 de abril, poderão prejudicar também no curto prazo a operação dos supermercados, uma vez que o fornecimento de produtos e bens alimentares nas lojas está dependente da oferta de combustível. Em apenas dois dias poderá haver constrangimentos, segundo explicações do diretor de comunicação e publicidade da retalhista DIA Portugal, dona dos supermercados Minipreço, ao Jornal Económico, esta quarta-feira, 17 de abril.
“Estamos a fazer todos os esforços para evitar falhas no nosso abastecimento e sabemos que poderemos ter alguns constrangimentos, já partir de sexta-feira, sobretudo nos fornecedores de menor dimensão que dependem do abastecimento de camiões externos. Estamos a acompanhar os mesmos e a trabalhar em conjunto para que não existam falhas”. Ricardo Torres Assunção, diretor de comunicação e publicidade DIA Portugal ao Jornal Económico
O responsável assegurou que a operação dos supermercados Minipreço decorre atualmente dentro da normalidade. Contudo, dada a paralisação dos motoristas de matérias perigosas, a empresa está obrigada “a uma monitorização constante e a um esforço extra para encontrar soluções para alguns constrangimentos que já se começam a detetar”.
Questionado sobre o número de espaços do Minipreço que já estão a sentir problemas em virtude da suspensão do abastecimento de combustíveis, Ricardo Torres Assunção não entrou em detalhes, mas frisou que a situação coloca “em causa toda uma cadeia de abastecimento regular que depende da interligação de vários parceiros”.
A paralisação convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), que decorre desde as 00h00 de segunda-feira, 15 de abril, por tempo indeterminado, tem surtido graves efeitos sobretudo no abastecimento de gasolineiras e no fornecimento de combustíveis aos aeroportos de Lisboa e Faro. Mas a continuar o corte no abastecimento de combustíveis em todo o país, muitos outros setores de atividade vão começar a sentir problemas na sua operação, como é o caso do retalho.
Esta é uma situação que afeta todo o país e que coloca em causa toda uma cadeia de abastecimento regular que depende da interligação de vários parceiros. Neste momento estamos a monitorizar permanentemente o nosso circuito de abastecimento para intervir de imediato na correção de falhas que possamos detetar em algum elemento desta cadeia. Ricardo Torres Assunção, diretor de comunicação e publicidade DIA Portugal ao Jornal Económico
O Jornal Económico contactou, ainda, outras retalhistas para saber como decorre a operação diária das várias cadeias de supermercados e superfícies comerciais em Portugal. Além da dona do Minipreço, fonte oficial do grupo Jerónimo Martins respondeu que “o Pingo Doce tem a operação nas lojas assegurada e a decorrer dentro da normalidade”.
Também o departamento de comunicação do Lidl garantiu que tem “assegurado o abastecimento de todas as lojas”, bem como “garantido o seu funcionamento dentro da normalidade”. Ainda assim, há “planos de contingência prontos para ser implementados”.
“Estamos a acompanhar de forma atenta o desenvolvimento da greve e o impacto dependerá da sua duração, estando os planos de contingência prontos para ser implementados caso se verifique que venham a ser necessários. Estamos empenhados, em conjunto com as nossas equipas, para continuar a garantir que os nossos clientes possam adquirir os produtos necessários para a realização das suas celebrações de Páscoa”. Departamento de comunicação corporativa do Lidl ao Jornal Económico
Também contactada pelo Jornal Económico, fonte oficial da Associação Portuguesa de Empresas e Distribuição (APED) disse que não há, “até agora, registo de perturbações no abastecimento de produtos alimentares e não alimentares nos espaços dos seus associados”, mas confirmou a “quebra de stock de combustíveis dos seus associados em vários pontos do país”. A APED representa também um conjunto de insígnias da grande distribuição que comercializa combustíveis.
“A APED continuará a acompanhar e a monitorizar a situação, em contacto direto com as entidades envolvidas, nomeadamente governamentais, e apela ao diálogo e ao entendimento entre os agentes diretamente envolvidos na greve dos motoristas de materiais perigosos para que possa ser reposta a normalidade no abastecimento de combustível”. APED ao Jornal Económico
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com