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Greve ameaça supermercados. “Constrangimentos a partir de sexta-feira”, alerta dona do Minipreço

Além da dona do Minipreço, o Jornal Económico falou com o Lidl e o grupo que detém os supermercados Pingo Doce que asseguraram que a sua operação decorre com normalidade. APED também fez saber que não há, “até agora”, registo de constrangimentos no fornecimento de produtos, mas confirmou “quebra de stock de combustíveis dos seus associados”.
17 Abril 2019, 13h17

Os efeitos que se fazem sentir devido à greve dos motoristas de matérias perigosas desde segunda-feira, 15 de abril, poderão prejudicar também no curto prazo a operação dos supermercados, uma vez que o fornecimento de produtos e bens alimentares nas lojas está dependente da oferta de combustível. Em apenas dois dias poderá haver constrangimentos, segundo explicações do diretor de comunicação e publicidade da retalhista DIA Portugal, dona dos supermercados Minipreço, ao Jornal Económico, esta quarta-feira, 17 de abril.

“Estamos a fazer todos os esforços para evitar falhas no nosso abastecimento e sabemos que poderemos ter alguns constrangimentos, já partir de sexta-feira, sobretudo nos fornecedores de menor dimensão que dependem do abastecimento de camiões externos. Estamos a acompanhar os mesmos e a trabalhar em conjunto para que não existam falhas”. Ricardo Torres Assunção, diretor de comunicação e publicidade DIA Portugal ao Jornal Económico

O responsável assegurou que a operação dos supermercados Minipreço decorre atualmente dentro da normalidade. Contudo, dada a paralisação dos motoristas de matérias perigosas, a empresa está obrigada “a uma monitorização constante e a um esforço extra para encontrar soluções para alguns constrangimentos que já se começam a detetar”.

Questionado sobre o número de espaços do Minipreço que já estão a sentir problemas em virtude da suspensão do abastecimento de combustíveis, Ricardo Torres Assunção não entrou em detalhes, mas frisou que a situação coloca “em causa toda uma cadeia de abastecimento regular que depende da interligação de vários parceiros”.

A paralisação convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), que decorre desde as 00h00 de segunda-feira, 15 de abril, por tempo indeterminado, tem surtido graves efeitos sobretudo no abastecimento de gasolineiras e no fornecimento de combustíveis aos aeroportos de Lisboa e Faro. Mas a continuar o corte no abastecimento de combustíveis em todo o país, muitos outros setores de atividade vão começar a sentir problemas na sua operação, como é o caso do retalho.

Esta é uma situação que afeta todo o país e que coloca em causa toda uma cadeia de abastecimento regular que depende da interligação de vários parceiros. Neste momento estamos a monitorizar permanentemente o nosso circuito de abastecimento para intervir de imediato na correção de falhas que possamos detetar em algum elemento desta cadeia. Ricardo Torres Assunção, diretor de comunicação e publicidade DIA Portugal ao Jornal Económico

O Jornal Económico contactou, ainda, outras retalhistas para saber como decorre a operação diária das várias cadeias de supermercados e superfícies comerciais em Portugal. Além da dona do Minipreço, fonte oficial do grupo Jerónimo Martins respondeu que “o Pingo Doce tem a operação nas lojas assegurada e a decorrer dentro da normalidade”.

Também o departamento de comunicação do Lidl garantiu que tem “assegurado o abastecimento de todas as lojas”, bem como “garantido o seu funcionamento dentro da normalidade”. Ainda assim, há “planos de contingência prontos para ser implementados”.

“Estamos a acompanhar de forma atenta o desenvolvimento da greve e o impacto dependerá da sua duração, estando os planos de contingência prontos para ser implementados caso se verifique que venham a ser necessários. Estamos empenhados, em conjunto com as nossas equipas,  para continuar a garantir que os nossos clientes possam adquirir os produtos necessários para a realização das suas celebrações de Páscoa”. Departamento de comunicação corporativa do Lidl ao Jornal Económico

Também contactada pelo Jornal Económico, fonte oficial da Associação Portuguesa de Empresas e Distribuição (APED) disse que não há, “até agora, registo de perturbações no abastecimento de produtos alimentares e não alimentares nos espaços dos seus associados”, mas confirmou a “quebra de stock de combustíveis dos seus associados em vários pontos do país”. A APED representa também um conjunto de insígnias da grande distribuição que comercializa combustíveis.

“A APED continuará a acompanhar e a monitorizar a situação, em contacto direto com as entidades envolvidas, nomeadamente governamentais, e apela ao diálogo e ao entendimento entre os agentes diretamente envolvidos na greve dos motoristas de materiais perigosos para que possa ser reposta a normalidade no abastecimento de combustível”. APED ao Jornal Económico

 

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