“Era preferível que não houvesse greve. Mas se houver greve, queremos que o setor da agricultura tem de ter um tratamento completamente separado”, defendeu há minutos, Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, em entrevista à SIC Notícias, sobre a greve dos camionistas de matérias perigosas agendada a partir de 12 de agosto próximo.
“A agricultura não pode parar. Não se pode deixar um produto no campo e ir lá buscá-lo depois, quando acabar a greve”, assinalou o presidente da CAP, recordando que a paralisação dos camionista pode durar vários dias.
“Não se trata de prejuízos. Trata-se de perda de valor imediato. tudo aquilo que não for colhido, é, pura e simplesmente, lixo, o que não é admissível, quando estamos a falar de produtos alimentares”, explicou Eduardo Oliveira e Sousa, garantindo que “perde-se o produto na íntegra”.
O presidente da CP explicou que esta questão é mais premente para o setor da agricultura neste mês de agosto do que em abril, quando ocorreu a anterior paralisação dos motoristas de matérias perigosas.
Produtos altamente perecíveis, como o tomate ou pêra rocha, encontram-se perto do seu ciclo de maturação e têm de ser recolhidos, conservados em frio e transportados para os seus destinos finais, para chegarem aos consumidores, em Portugal ou no estrangeiro, referiu Eduardo Oliveira e Sousa.
Quanto aos animais, o presidente da CAP mencionou a questão da alimentação para as diversas fileiras da pecuária e para a questão das vacas leiteiras, que têm de ordenhadas todos os dias.
“Nos animais em produção, nas vacas leiteiras, se não for recolhido o leite, é deitado fora, o que não é admissível”, alertou.
Para Eduardo Oliveira e Sousa, o setor da agricultura “é uma máquina que mexe com seres vivos, não é compatível com uma greve num mês de agosto”, resumindo que “esta é uma situação muito problemática”, “que dá origem a falências, a desespero”.
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