Para quando está agendada a greve?
A greve do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) apresentou um pré-aviso para uma greve no dia 12 de agosto, segunda-feira, por tempo indeterminado.
Segundo fonte sindical, existem em Portugal cerca de 50 mil motoristas de veículos pesados de mercadorias, 900 dos quais a transportar mercadorias perigosas.
O que ficou acordado na reunião de hoje?
A reunião que decorreu hoje entre os motoristas e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) tinha como objetivo garantir 70% dos serviços mínimos para a greve que decorrerá no próximo mês.
O sindicato refutou esta manhã a proposta dizendo que “isto não são serviços mínimos, isto já são serviços máximos”.
Após “várias horas” de negociação, não se chegou a nenhum acordo.
Estão garantidos serviços mínimos?
Sim. Ficou acordado entre o SNMMP e ANTRAM que estariam garantidos 25% dos serviços mínimos, uma redução significativa dos 40% garantidos na primeira greve que aconteceu em abril.
Estes, porém, não incluem descargas nem de mercadorias nem de combustível.
Contudo, a bola está agora do lado do Governo, através da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) que ficará responsável por definir, nos próximos 10 dias, quais os serviços que os motoristas serão obrigados a cumprir.
Os postos de gasolina vão ser os únicos afetados?
Não. O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o SNMMP avisam que os supermercados podem ficar vazios, avança o jornal i, esta quarta-feira.
Carne, peixe, legumes e fruta serão os produtos essenciais que podem faltar logo nas primeiras 24 horas e nem a indústria têxtil ou de construção civil vão escapar.
O que está em causa?
Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022.
Com os prémios suplementares, que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.
A contra-proposta da ATRAM sugere um aumento de 300 euros para 2020, mas não se compromete com novas atualizações nos anos seguintes.
E sobre os portugueses, o que dizem os motoristas?
Numa carta aberta enviada à comunicação social, o sindicato garante que a greve vai avançar e que por isso pede desculpa aos portugueses.
“Sabemos que os portugueses nos vão perdoar por ao fim de 22 anos pensarmos um pouquinho em nós e nas nossas famílias, afinal de contas também somos homens e mulheres, pais, mães, filhos, etc…, somos portugueses a passar pelo mesmo que passam muitos de vós”, refere a missiva.
O que diz o Governo?
O Governo pede que o sindicato tenha “bom senso” e apela para que a greve seja desconvocada. Face à resistência por parte dos motoristas Pedro Nuno Santos pediu para que os portugueses abastecessem as suas viaturas antes do início da greve.
“Temos todos de nos preparar. O Governo está a fazer o seu trabalho [para evitar a greve], mas todos podíamos começar a precaver-nos, em vez de esperarmos pelo dia 12, que não sabemos se vai acontecer [a paralisação]. Era avisado podermo-nos abastecer para enfrentar com maior segurança o que vier a acontecer”, avisou o ministro das Infraestruturas.
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