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Greve dos motoristas: quanto pedem os sindicatos para cancelar a greve de dia 12 de agosto?

A greve dos motoristas está prevista para 12 de agosto, altura em que a maioria das famílias está de férias e se desloca entre o norte e o sul do território. De acordo com o sindicato, o objetivo não é “afetar as férias das pessoas”, mas numa altura em que as viagens de carro se multiplicam, a corrida aos combustíveis vai começar.
motoristas
24 Julho 2019, 17h04

Para quando está agendada a greve?

A greve do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) apresentou um pré-aviso para uma greve no dia 12 de agosto, segunda-feira, por tempo indeterminado.

Segundo fonte sindical, existem em Portugal cerca de 50 mil motoristas de veículos pesados de mercadorias, 900 dos quais a transportar mercadorias perigosas.

O que ficou acordado na reunião de hoje?

A reunião que decorreu hoje entre os motoristas e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) tinha como objetivo garantir 70% dos serviços mínimos para a greve que decorrerá  no próximo mês.

O sindicato refutou esta manhã a proposta dizendo que “isto não são serviços mínimos, isto já são serviços máximos”.

Após “várias horas” de negociação, não se chegou a nenhum acordo.

Estão garantidos serviços mínimos?

Sim. Ficou acordado entre o SNMMP e ANTRAM que estariam garantidos 25% dos serviços mínimos, uma redução significativa dos 40% garantidos na primeira greve que aconteceu em abril.

Estes, porém, não incluem descargas nem de mercadorias nem de combustível.

Contudo, a bola está agora do lado do Governo, através da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) que ficará responsável por definir, nos próximos 10 dias, quais os serviços que os motoristas serão obrigados a cumprir.

Os postos de gasolina vão ser os únicos afetados?

Não. O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o SNMMP avisam que os supermercados podem ficar vazios, avança o jornal i, esta quarta-feira.

Carne, peixe, legumes e fruta serão os produtos essenciais que podem faltar logo nas primeiras 24 horas e nem a indústria têxtil ou de construção civil vão escapar.

O que está em causa?

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022.

Com os prémios suplementares, que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

A contra-proposta da ATRAM sugere um aumento de 300 euros para 2020, mas não se compromete com novas atualizações nos anos seguintes.

E sobre os portugueses, o que dizem os motoristas?

Numa carta aberta enviada à comunicação social, o sindicato garante que a greve vai avançar e que por isso pede desculpa aos portugueses.

“Sabemos que os portugueses nos vão perdoar por ao fim de 22 anos pensarmos um pouquinho em nós e nas nossas famílias, afinal de contas também somos homens e mulheres, pais, mães, filhos, etc…, somos portugueses a passar pelo mesmo que passam muitos de vós”, refere a missiva.

O que diz o Governo?

O Governo pede que o sindicato tenha “bom senso” e apela para que a greve seja desconvocada. Face à resistência por parte dos motoristas Pedro Nuno Santos pediu para que os portugueses abastecessem as suas viaturas antes do início da greve.

“Temos todos de nos preparar. O Governo está a fazer o seu trabalho [para evitar a greve], mas todos podíamos começar a precaver-nos, em vez de esperarmos pelo dia 12, que não sabemos se vai acontecer [a paralisação]. Era avisado podermo-nos abastecer para enfrentar com maior segurança o que vier a acontecer”, avisou o ministro das Infraestruturas.

 

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