A economia do Reino Unido estagnou em fevereiro por causa de greves maciças que paralisaram os serviços públicos e tiveram inevitável impacto na economia privada. À margem das questões políticas e sociais que tornam estas formas de intervenção cívica inevitáveis (ou não), as greves têm também como revés afetarem o esforço do governo para impulsionar o crescimento.
No caso do Reino Unido, e segundo os jornais britânicos, o PIB real permaneceu inalterado em fevereiro em comparação com janeiro – mês em que tinha crescido 0,4% face a dezembro do ano passado, informou o Gabinete Nacional de Estatísticas (ONS) britânico esta quinta-feira. Os economistas previam crescimento de 0,1% para fevereiro, mas nem essa margem ínfima foi alcançada.
Os números, segundo os analistas, refletem claramente o impacto da greve generalizada durante o mês em causa. A produção do sector dos serviços caiu 0,1%, afetada pelas greves de professores e funcionários públicos. O sector industrial também ficou inalterado no mês.
“Parte da fraqueza do PIB em fevereiro deveu-se a greves generalizadas de funcionários públicos, professores e ferroviários naquele mês. Contribuíram para a queda da produção na administração pública (menos 1,1% em contínuo), educação (menos 1,7%) e transportes (menos 0,5%)”, disse Paul Dales, analista da Capital Economics, citado pela imprensa.
“As greves não foram tão generalizadas em março, de modo que a atividade nesses sectores provavelmente aumentou nesse mês. No entanto, parte do aumento da atividade em outros sectores em fevereiro também deve ser temporário”, disse ainda.
“A estagnação do PIB real em fevereiro aumenta as hipóteses de o Banco da Inglaterra ter de aumentar ainda mais as taxas de juro para gerar impacto económico necessário para reduzir a inflação para 2%. Acreditamos que o banco elevará as taxas de 4,25% para 4,5% em maio. Se a economia continuar a esquivar-se da recessão, esse pode não ser o último aumento”, acrescentou Dales.
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