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Grupo Dourogás investe no décimo posto de abastecimento de gás natural

Localizado na A41, na área de serviço da BP, na Maia, o novo posto de abastecimento de GNV da Dourogás corresponde a um investimento de 1,2 milhões de euros e está preparado para o upgrade de ‘hidrogénio verde’, um combustível renovável relativamente ao qual o presidente da empresa, Nuno Moreira, admite que seguirá a estratégia para chegar à liderança no mercado português.
22 Julho 2020, 09h40

O Grupo Dourogás assume-se como o líder português no mercado de Gás Natural Veicular (GNV) e pretende seguir a mesma estratégia para o mercado de ‘hidrogénio verde’ destinado à mobilidade.

Neste sentido, aumentou a sua rede de postos de abastecimento de GNV, inaugurando agora uma nova infraestrutura de abastecimento na área de serviço da BP na A41, na Maia, que corresponde a um investimento de 1,2 milhões de euros. Assim, passou a disponibilizar dez postos comerciais com estes novos combustíveis. O posto na Maia integra o consórcio europeu ‘Eco-Gate’, que construiu a rede europeia de postos de abastecimento de GNV nos corredores de abastecimento de quatro países, designadamente, Portugal, Espanha, França e Alemanha, seguindo a Diretiva Europeia dos Combustíveis Alternativos (2014/94/CE) que compromete Portugal a implantar no território nacional postos de abastecimento de GNV.

A empresa diz que, em 2019, “Portugal duplicou o número de veículos que circulam movidos a GNV”, que já ronda “um milhar de viaturas”, justificando a implantação de uma rede de postos de abastecimento deste combustível, além de que em Espanha já circulam cerca de 22 mil veículos movidos a GNV. A empresa admite que esta rede de postos GNV permitirá o upgrade para postos de hidrogénio e de outros gases renováveis como o biometano.

Segundo a empresa, o posto GNV da Maia da Dourogás contribui para cumprir metas obrigatórias impostas pela Comissão Europeia. A Dourogás assume-se como “líder nacional na produção de gases renováveis, produzindo Gás Natural Renovável em Mirandela” – o biometano, a partir de resíduos orgânicos. Atualmente, a Dourogás já incorpora este gás no portefólio de Gás Natural disponibilizado aos clientes. O investimento no posto GNV da Maia insere-se nesta estratégia e, no futuro, pode vir a disponibilizar ‘hidrogénio verde’, fruto dos projetos de investigação e inovação já lançados.

O presidente executivo do Grupo Dourogás, Nuno Moreira explica que tem “baseado o seu percurso na inovação e na criação de alternativas mais sustentáveis para a mobilidade”, admitindo que o seu grupo está “altamente comprometido com a descarbonização”. Por isso, refere que a sua empresa é “um pivô central da mobilidade do futuro, através do hidrogénio e dos gases renováveis”. “Acreditamos que o Gás Natural (com incorporação de hidrogénio e gases renováveis) assume-se como a melhor forma de descarbonizar no presente”, considera, adiantando que “o hidrogénio permitir-nos-á descarbonizar a 100% no futuro”. Detalha ainda que “temos em curso um ambicioso plano de investimentos estruturantes nestas duas áreas”, assumindo que “hoje, somos líderes no GNV e nos biogases e vamos sê-lo também no hidrogénio”.

Fontes da empresa explicaram ao Jornal Económico que “este posto, por fazer parte da Eco-Gate e pela sua inovação, consegue trazer para Portugal fundos canalizados diretamente de Bruxelas – e que não estão contemplados no envelope financeiro comunitário destinado a Portugal, pelo que se trata de um investimento de alto valor acrescentado”. O Grupo Dourogás está também a trabalhar em vários projetos de produção de gases renováveis e ‘hidrogénio verde’ para a mobilidade, considerando que “são as empresas gasistas que vão desenvolver o hidrogénio, e não as elétricas”.

Adicionalmente, o grupo está a fazer vários investimentos na expansão da rede de postos de abastecimento de Gás Natural Veicular (GNC e GNL), em vários pontos do país – como o posto da Maia, agora inaugurado, ou como a recente ampliação do posto de Elvas e de outro em Palmela e outro ainda em Vilar Formoso. Segundo informação da empresa, no total, são investimentos na ordem dos quatro milhões de euros, admitindo que cada posto, em média, implica um investimento que ronda um milhão de euros. Junta-se ainda a infraestrutura pública de abastecimento dos STCP (cujo proprietário é a STCP e onde a Dourogás Natural opera como comercializador).

O Grupo Dourogás tem ainda um investimento de Bio-GNC no posto de Santo António dos Cavaleiros, de armazenagem e comercialização do biometano produzido na central de valorização orgânica de Urjais (em Mirandela), com o objetivo de promover a utilização de uma mistura com menor intensidade carbónica, que valoriza o recurso à biomassa orgânica, e refere que “este é o primeiro projeto, em Portugal, a incorporar gases renováveis na mobilidade”.

Com estes investimentos, o grupo Dourogás explica que consegue “assegurar a capilaridade de 80% do território nacional no que diz respeito às rotas das cadeias de abastecimento, quer a nível alimentar, quer a nível da carga geral”, respondendo “às exigências do transporte profissional de longo curso, quer em termos nacionais, quer a nível internacional com os pontos estratégicos de Elvas e Vilar Formoso”. Adianta que a sua “maior capilaridade está no Grande Porto e na Grande Lisboa, o que permite uma resposta mais eficaz quer para os transportes urbanos de passageiros”.

A Dourogás explica que, “ao substituir outras fontes de energia mais poluentes e derivadas do petróleo, o GNV – comprimido ou líquido – permite a redução da intensidade carbónica do ecossistema da mobilidade, o que contribui para a sustentabilidade ambiental e tem melhorado a qualidade do ar nas cidades”. Refere igualmente que “o Gás Natural assume-se como alternativa com um custo significativamente inferior ao dos combustíveis convencionais – praticamente a metade do preço”, segundo informação da empresa.

O novo posto na Maia, que constitui uma parceria estratégica com a BP Portugal, reforça a atuação do grupo Dourogás na mobilidade a gás natural, que – refere – “assume um papel preponderante da descarbonização da mobilidade”. Este grupo refere ainda que é “o principal operador no mercado de GNV à escala nacional e um dos principais players a nível ibérico – abastecendo, diariamente, mais de 600 viaturas (pesados, ligeiros e gama média)”.

O diretor-geral da Dourogás GNV, João Filipe Jesus, refere que “este novo investimento responde a uma tendência crescente no mercado português, que é a da mobilidade a Gás Natural”, adiantando que “em 2019 o número de viaturas movidas a GNV praticamente duplicou em Portugal, um crescimento que se manteve durante os primeiros meses deste ano, o que se traduz numa frota de aproximadamente um milhar de veículos a GNV a circular em território nacional – entre viaturas pesadas de transporte de passageiros e de mercadorias, furgões, viaturas de recolha de resíduos, além de ligeiros, viaturas comerciais, táxis e TVDE’s”.

“O lançamento deste novo posto possibilita-nos, assim, por um lado, responder à crescente procura pela mobilidade a gás natural e, por outro, criar uma rede de abastecimento eficiente que estimule a adoção deste combustível alternativo”, refere João Filipe Jesus, esclarecendo que “na vizinha Espanha, por exemplo, já circulam mais de 22 mil viaturas a GNV, pelo que consideramos que existe um grande potencial de expansão da frota movida a Gás Natural em Portugal”.

Nos últimos anos, este grupo refere que “mais do que duplicou os pontos de abastecimento de gás natural no País, estando presente em locais fronteiriços de grande tráfego pesado de mercadorias, como Vilar Formoso e Elvas, em grandes áreas logística nacionais, como Carregado, Palmela e, agora, na Maia, e ainda em municípios tão diferentes como Porto, Loures, Mirandela e Vila Real, onde tem a sua sede.

O Grupo Dourogás foi o primeiro operador em Portugal, a incorporar gases renováveis na mobilidade – através do Biogasmove, um projeto único em Portugal que produz biometano a partir de resíduos orgânicos. Este gás 100% renovável alimenta, atualmente, uma frota de veículos da empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste (na região de Trás-os-Montes), a partir da biodigestão e valorização energética da matéria orgânica recolhida por essas mesmas viaturas – dando forma a um projeto pioneiro no território nacional de Economia Circular aplicada à mobilidade.

Tendo liderado a primeira fase da transição energética, disponibilizando uma alternativa combustível mais limpa (o referido GNV) face aos combustíveis tradicionais e mais poluentes, o Grupo Dourogás tem vindo a posicionar-se na “dianteira deste novo capítulo rumo a um futuro descarbonizado, tendo em marcha um conjunto de investimentos estruturantes, que incluem, por exemplo, o upgrade dos postos GNV para postos de hidrogénio e de outros gases renováveis, como o Biometano (Bio-GNV)”, refere a empresa. “Atualmente, 17% do Gás Veicular comercializado no espaço europeu já é de origem renovável”, informa.

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