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Grupo Symington revela relatório de vindimas com forte potencial

Num ano em que tudo correu como vem nos livros mais antigos, as vindimas no Douro, Alentejo e Verde auspiciam um ano de grandes vinhos.
25 Outubro 2024, 12h59

Após uma sucessão de anos vitícolas desafiantes, caracterizados por precipitação inconstante e ondas de calor prolongadas, em 2024 “assistimos ao regresso a uma vindima no Douro à antiga com condições mais típicas a proporcionarem uma excelente colheita e vinhos excecionais”, refere relatório de vindima do grupo Symington.

Com o “novo normal” a colocar as vindimas em agosto e não no tradicional setembro, a “resiliência das castas autóctones” tem, apesar de tudo, proporcionado excelentes colheitas. “O ciclo vitícola de 2024 pautou-se por níveis de precipitação acumulada próximos da média, bem como temperaturas igualmente alinhadas com a média (ou até um pouco abaixo). Assistimos assim a períodos de floração e do pintor também mais próximos do que é considerado normal no Douro”, refere o relatório, assinado por Charles Symington, principal enólogo do grupo e diretor de Produção.

O regresso à normalidade “favoreceu maturações graduais com bom equilíbrio entre açúcares e acidez e sem as assimetrias que temos verificado em anos recentes. A qualidade do fruto produzido este ano foi excelente e nas mãos dos nossos enólogos traduziu-se na produção de vinhos do Porto e DOC Douro notáveis”.

No Douro a vindima de 2024 teve início a 22 de agosto com uvas Viosinho das vinhas em cotas mais elevadas. Seguiu-se o Sousão, a 4 de setembro e depois — a partir do dia 9 — as outras castas mais temporãs como Alicante Bouschet, Tinta Barroca, Tinta Roriz e mistura de castas.

Embora não chovesse de todo em agosto, “as vinhas estavam em excelente estado em setembro, graças ao sustento proporcionado pelas boas reservas de água nos solos que resultaram da precipitação generosa deste ciclo”.

O barómetro-chave “das nossas vindimas no Douro reside na qualidade da Touriga Nacional e Touriga Franca, quer para os vinhos do Porto, quer para os DOC Douro. Iniciámos o corte da Touriga Nacional a partir de 16 de setembro, com indícios muito promissores”.

A vindima “na nossa propriedade no Alentejo, Quinta da Fonte Souto, arrancou no dia 16 de agosto com o Verdelho, seguindo-se o Aragonez, a partir do dia 19, para produzir o Rosé da quinta. Chegados ao dia 26 começámos a vindimar o Arinto, casta incontornável para os brancos da propriedade. Tal como no Douro, as condições de vindima estiveram perfeitas, com precipitação abaixo da média e temperaturas moderadas a proporcionar maturações ideais”.

Na sub-região de Monção e Melgaço, no Vinho Verde, “2024 foi a nossa segunda vindima na Casa de Rodas, propriedade com 100% de Alvarinho. A vindima decorreu entre os dias 6 e 9 de setembro sob condições atmosféricas favoráveis, apesar de alguma chuva. As uvas atingiram a plena maturidade com muito bons níveis de acidez. Uma vez vindimadas, foram transportadas para a adega do nosso sócio, Anselmo Mendes. As produções estiveram um pouco acima da nossa vindima de estreia.

Tudo está bem quando continua bem, mas com a envolvente das alterações climáticas, ninguém pode afirmar que o regresso à normalidade é para manter.

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