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‘Guerra comercial’ ameaça prejudicar a economia mundial, estima OCDE

O impacto na economia mundial sobre este aumento nas taxas poderá ser quantificado em quase 600 mil milhões de dólares (537 mil milhões de euros), estima a OCDE. A entidade afirma que tanto os EUA como a China vão sair a perder deste medir de forças alfandegárias.
  • Presidente chinês, Xi Jinping, e governante norte-americano, Donald Trump, conversam durante evento em Pequim, em 2017
21 Maio 2019, 17h51

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OECD) afirma que um aumento na disputa entre Washington e Pequim provavelmente resultaria num tombo até 0,7% no PIB global até 2021-22.

A estimativa faz parte do Economic Outlook de maio divulgado esta terça-feira, onde a OCDE baixa a previsão de crescimento económico mundial.

“Estima-se que as novas medidas anunciadas em maio, se mantidas, irão reduzir potencialmente o PIB ainda mais nos EUA e na China em 0,2-0,3% adicionais, em média, em 2021 e 2021”, adianta a OCDE, referindo que o impacto no aumento nos preços no consumidor seria de 0,3% em 2020.

Perante tal cenário, o impacto na economia mundial sobre este aumento nas taxas poderá ser quantificado em quase 600 mil milhões de dólares (537 mil milhões de euros), escreve o The Guardian.

Emitindo uma avaliação pessimista da economia global à medida que as tensões entre as duas maiores economias do mundo continua a ferver, a OCDE disse que o ímpeto económico mundial enfraqueceu de forma acentuada e que o crescimento deverá permanecer num nível abaixo do esperado. A entidade afirma que tanto os EUA como a China vão sair a perder deste aumento de taxas.

O cenário base aponta para um crescimento dos EUA de 2,8% em 2019, desacelerando depois para 2,3% em 2020. Já a China deverá travar para um crescimento de 6,2% em 2019 e depois 6% em 2020

“O comércio mundial iria crescer perto de 1% abaixo do cenário base até 2021, com o volume de importações nos EUA e na China a registar quedas de cerca de 2%”, estima a equipa da OCDE, assinalando que o PIB norte-americano seria 0,6% mais baixo e o chinês 0,8%. Os principais parceiros comerciais dos dois países, nomeadamente a União Europeia, seriam afetados dado que a procura iria contrair.

A longa disputa comercial entre as duas super-potências económicas intensificou-se inesperadamente no início deste mês, quando Trump aumentou as taxas aos chineses, passando de 10% para 25%, os cerca de 200 mil milhões de dólares em produtos chineses que chegam aos EUA. A China rematou com tarifas sobre 60 mil milhões de dólares em importações dos EUA.

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