[weglot_switcher]

‘Guerra fria’ entre Trump e Powell aciona gatilho para quedas de 3% em Wall Street

A bolsa de Nova Iorque voltou a registar quedas fortes na primeira sessão da semana, fruto da nova insistência de Trump em que haja um corte nos juros da Fed. O presidente dos EUA diz que a inflação está sob controlo e alerta para os riscos de desaceleração da economia. Esta terça-feira, destaque para os resultados da Tesla.
New York Stock Exchange
22 Abril 2025, 07h00

Os investidores continuam a fugir ao mercado norte-americano e ao dólar, depois de Trump insistir, durante esta segunda-feira, na guerra contra o presidente da Fed.

Num dia em que as bolsas europeias estiveram encerradas, no contexto da Páscoa, o presidente dos Estados Unidos da América marcou a sessão em Wall Street.

Donald Trump escreveu na rede social Truth Social, que é detida pelo próprio, que “virtualmente não há inflação”, neste momento. Isto porque os custos da energia e da “maioria das outras coisas” estão a cair. Assim sendo, reforçou a urgência que diz existir em cortar nos juros de referência.

“Pode quase não haver inflação mas pode existir um ABRANDAMENTO da economia, a menos que o Sr. Demasiado Tarde, um grande perdedor, baixe os juros AGORA”, pode ler-se na publicação. Trata-se de uma referência a Jerome Powell, presidente da Fed, que Trump entende que deveria ter maior urgência em fazer baixar os juros.

As declarações chegaram numa altura em que correm rumores de que a equipa de Trump está a avaliar a possibilidade de despedir Powell sem fugir à lei. De referir que o líder da Reserva Federal foi escolhido pelo próprio Trump quando este último desempenhava pela primeira vez o cargo de presidente dos EUA. O mandato de Powell foi posteriormente renovado e termina em maio de 2026.

Ora, os índices de referência caíram em torno de 3% na sessão de segunda-feira. O S&P 500, a título de exemplo, já contraiu perto de 13% desde o princípio de 2025.

Em causa estão inseguranças geradas pelo braço de ferro entre Trump e Powell que tem como pretexto as taxas de juro de referência definidas pela Fed e o respetivo efeito na economia dos EUA. Isto num contexto em que as tarifas comerciais impostas pela administração de Trump às importações ameaçam fazer disparar os preços numa variedade de setores.

Dólar acompanha sentimento com novo tombo

A divisa dos EUA continua a recuar fortemente face ao euro. Nesta segunda-feira, houve nova perda de 1%, pelo que um euro estava a ser negociado por cerca de 1,15 dólares. Significa isto que, com um dólar já se compra menos 10% em euros do que era possível no início de 2025.

Esta terça-feira, sem dados de grande relevo no plano macro, as atenções vão estar voltadas para um dos destaques da semana. Trata-se da apresentação de resultados da Tesla, respeitante ao primeiro trimestre.

Os números vão ser divulgados após o fecho de Wall Street.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.