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‘Guerra fria’ tecnológica penaliza Wall Street

As tensões comerciais entre os EUA e a China estão a penalizar o sentimento dos investidores em Nova Iorque. No epicentro da ‘guerra fria’ estão as tecnológicas chinesas Huawei e Hikvision, que poderão ambas integrar a ‘lista-negra’ da administração Trump. Setores tecnológico e de semi-condutores estão fortemente penalizados.
  • Brendan McDermid / Reuters
23 Maio 2019, 15h03

Os três principais índices da bolsa de Nova Iorque abriram a perder mais de 1% esta quinta-feira, com a ‘guerra fria’ tecnológica entre os Estados Unidos e a China a penalizar o sentimento dos investidores.

As negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo entraram numa espiral negativa desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, aumentou as tarifas às importações chinesas, e as tensões entre os dois países subiu de tom quando a administração Trump colocou a Huawei na ‘lista negra’.

Uma vez incluída nesta lista, a Huawei não poderia ter relações comerciais com as empresas norte-americanas. A Google, produtora do software Android que equipa smartphones, disse que ia cumprir com a instrução da administração Trump.

Esta quinta-feira, o S&P 500 abriu a sessão a perder 1,18%, para 2.822,68 pontos; o tecnológico Nasdaq caía 1,31%, para 7.323,30; e o industrial Dow Jones desvalorizava 1,27%, para 25.449,62 pontos.

Segundo a agência Reuters, numa alusão à inclusão da Huawei na ‘lista negra’, os chineses disseram que a contraparte norte-americana tem de remediar a sua posição de forma a que as negociações possam prosseguir. A administração Trump adiou a inclusão da Huawei na ‘lista negra’, mas as tensões entre os dois países voltaram a aumentar depois de se saber que os Estados Unidos estariam a considerar aplicar sanções à Hikvision, uma empresa chinesa de video-vigilância.

Os investidores encaram a subida de tensões como sinal de arrefecimento económico, não só entre os EUA e a China mas num espectro comercial mais alargado, o que está a pressionar os índices norte-americanos, em especial o setor tecnológico.

Entre as FAANG, que engloba a Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Alphabet, a dona da Google, a fabricante de iPhones lidera as perdas, aos desvalorizar 2%.

As empresas norte-americanas mais expostas ao mercado chinês e, por consequência, às tensões comerciais, também estão a ser penalizadas. A Boeing, a maior exportadora norte-americana para a China, está a perder mais de 2%, enquanto a Caterpillar desvaloriza mais de 1%.

Também nas empresas fabricantes de  chips e semicondutores, a tendência verificada em Nova Iorque é negativa. A Qualcomm perde 4,45%, a Nvidia cai 3,75% e a Intel perde 2,07%.

Nas matérias-primas, o preço do petróleo está a cair. Em Londres, a cotação do Brent, referência para o mercado europeu, está nos 68,50 dólares, depois de perder 3,51%. Do outro lado do Atlântico, o West Texas Intermediate cai 4,31%, para 58,77 dólares.

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