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Guerra mundial dos chips está ao rubro: Ásia e EUA defrontam-se no ‘tabuleiro’ tecnológico

A indústria de semicondutores desempenha um papel fundamental na era digital e está envolvida num processo de consolidação devido à necessidade dos fabricantes em ganhar escala, reduzir os custos, diversificar e adotar posições em novos segmentos de negócios.
23 Março 2018, 19h47

Nos últimos dois anos, a indústria de semicondutores tem sido protagonista de operações no valor de mais de 160 milhões de dólares (cerca de 130 milhões de euros). O número quase dobraria se a megaopa de 142 mil milhões de dólares (cerca de 115 milhões de euros) da Broadcom ao concorrente norte-americano Qualcomm se tivesse concretizado. Teria sido a aquisição tecnológica mais importante da história.

A própria Qualcomm, líder mundial de chips para telemóveis, está envolvida no processo de compra da holandesa NXP em 44 mil milhões de dólares (cerca de 35,5 mil milhões de euros), a maior operação do setor até o momento. Por sua vez, a NXP comprou a sua concorrente Freescale há dois anos por 12 mil milhões de dólares (cerca de 9,7 mil milhões de euros). Meses depois, a fabricante de chips Avago Technologies, com sede em Singapura e cotada nos EUA, levou a Broadcom por 37 mil milhões de dólares (cerca de 30 mil milhões de euros). O grupo resultante manteve o nome do norte-americano, mas a sede em Singapura, o que não o beneficiou na tentativa de adquirir a Qualcomm.

Além de economias de escala, estes movimentos mostram como os grandes protagonistas do setor tomam posições para não ficarem fora de empresas com potencial.

A concentração da indústria também está a ativar os mecanismos das autoridades de concorrência ou até mesmo a levar os governos a tomar medidas sobre o assunto.

Trump bloqueou a aquisição da Qualcomm pela Broadcomm porque o governo dos EUA temia que o grupo resultante cortasse os investimentos em 5G, o que poderia fazer com que a chinesa Huawei ganhasse terreno numa área onde a Qualcomm tem, hoje, uma posição sólida.

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