O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, recebe o Prémio Europeu Carlos V, em Espanha e no âmbito da sua visita ao país, concedeu uma entrevista ao jornal “El País” onde explicou que um cessar-fogo e negociações para a paz são neste momento uma quimera contrariada pelos interesses dos envolvidos.
“Infelizmente, não acredito que, neste momento, seja possível uma negociação para a paz”, disse o antigo primeiro-ministro português – conhecido pelo seu gosto pelo diálogo: “ambas as partes estão convencidas de que podem ganhar”, e por isso não veem qualquer benefício em conceder4 à parte contrária o benefício do diálogo.
O secretário-geral da ONU lembrou que “a Rússia não quer fazer uma retirada do território ucraniano” – o que seria, evidentemente, a assunção da derrota – e que a Ucrânia ainda “tem a esperança de retomar” esses territórios.
Perante a situação no terreno, António Guterres refere que o seu objetivo “é que seja possível, não imediatamente, encontrar uma paz que seja justa, em conformidade com a lei internacional e com a carta das Nações Unidas”. “Estamos, na medida do possível, a estabelecer o diálogo para resolver os problemas mais concretos”, referiu, lembrando o acordo feito para a exportação de cereais – e que também ele não está a passar pelo melhor momento.
Guterres disse ainda que a tensão nuclear aumentou desde a invasão da Rússia, com o presidente Vladimir Putin a alertar repetidamente que Moscovo está pronta para usar o seu arsenal nuclear, se necessário, para defender sua “integridade territorial”.
António Guterres recebe o 16.º Prémio Europeu Carlos V, que o júri atribuiu “pela sua acreditada, ampla e longa trajetória de vida dedicada ao compromisso social, ao processo de construção europeia, à promoção do multilateralismo e à dignidade humana como núcleo do seu trabalho, abordando desafios e crises globais”.
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