O início do ano foi “terrível” para Portugal, recordou o ING, salientado a subida do número de casos em janeiro, que levou a um “inevitável” novo confinamento e que vai durar até pelo menos 16 de março apesar da recente melhoria na situação pandémica no país.
“Isto implica que o confinamento irá ter estado em vigor durante pelo menos dois-terços do primeiro trimestre e isto não é um bom sinal para atividade económica”, referiu o banco holandês, numa nota de análise assinada por Steven Trypsteen, economista responsável pela cobertura de Portugal e Espanha.
Trypsteen recordou que a economia portuguesa evitou uma contração no quarto trimestre, com um crescimento em cadeia de 0,2%, mas alertou que é um feito que não será repetido no primeiro trimestre de 2021, quando o PIB deverá contrair 1,5% face ao anterior.
Adiantou, contudo, que o impacto do segundo confinamento não será tão forte quanto o do primeiro, uma vez que os consumidores e as empresas se adaptaram a esta nova situação.
“Na verdade, a confiança dos consumidores e das empresas permanece baixa, mas não foi afetada de forma tão forte quanto no primeiro confinamento. A confiança dos consumidores até aumentou em janeiro e fevereiro. E, obviamente, as vendas no retalho caíram significativamente em janeiro devido às medidas de bloqueio, mas em menor grau do que em março de 2020, um mês que também teve duas semanas de confinamento”, disse.
O ING prevê uma aceleração do crescimento a partir do segundo trimestre. “O turismo provavelmente apoiará o crescimento de forma significativa. Em janeiro, as dormidas foram 78% inferiores às do ano anterior e 54% dos estabelecimentos de alojamento turístico encerraram. Esperamos que isso mude nos próximos meses, contribuindo para a atividade económica”.
“Durante a segunda metade do ano, esperamos que o investimento público cresça com o plano de recuperação Next Generation da União Europeia”, explicou.
Para 2021, o ING esperamos que a economia portuguese cresça cerca de 4% e 4,5% em 2022.
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