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Há mercado negro com chips da Nvidia que os torna mais baratos de alugar na China

A empresa é norte-americana e existem limites ao comércio entre as duas maiores economias do mundo, mas é possível obter semicondutores da Nvidia mais acessíveis na China do que nos Estados Unidos, escreve o “Financial Times” esta sexta-feira.
6 Setembro 2024, 14h39

Há um mercado negro nos semicondutores da moda que permite que o preço do aluguer de serviços de cloud com os chips de inteligência artificial da Nvidia seja menor na China do que nos Estados Unidos, apesar de a empresa ter sede na Califórnia e das regras apertadas de exportação norte-americanas.

O jornal britânico “Financial Times” (FT) revela na edição desta sexta-feira que quatro pequenos fornecedores chineses cobram a grupos tecnológicos locais cerca de seis dólares por hora para utilizar um servidor com oito processadores Nvidia A100, um dos melhores modelos, enquanto os vendedores da maior economia do mundo pedem cerca de 10 dólares/hora pela mesma configuração.

Onde está o maior problema? É que a empresa de Silicon Valley, a ‘queridinha’ de Wall Street para quem os investidores têm sido bastantes exigentes, foi proibida de enviar semicondutores A100 para a China em outono de 2022.

Em declarações ao mesmo matutino, uma fonte explicou que “os grandes operadores de mercado têm de pensar nas questões de compliance, por isso estão em desvantagem”. “Não querem recorrer a batatas fritas contrabandeadas Os fornecedores mais pequenos estão menos preocupados”, disse o fundador de uma startup chinesa.

Até os chips H100 da Nvidia, que nunca receberam luz verde para exportação para a China, estão à venda nestes formatos. “Comprámos os nossos H100 a uma empresa que os contrabandeou do Japão”, contou ao FT outro fundador de uma empresa tecnológica chinesa, que pagou cerca de 500 mil Rmb (aproximadamente 63 mil dólares) por dois cartões este ano.

Na semana passada, a Nvidia superou as expectativas dos analistas quer nos lucros quer nas receitas trimestrais. A tecnológica liderada por Jensen Huang viu o resultado líquido disparar 168%, em termos homólogos, para os 16,6 mil milhões de dólares (14,4 mil milhões de euros) no segundo trimestre do ano fiscal de 2025, que terminou no final de junho de 2024. As receitas também mais que duplicaram para os 30 mil milhões de dólares (cerca de 27 mil milhões de euros) em relação ao mesmo trimestre do ano passado e subiram 15% em cadeia.

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