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Há quase cinco milhões de casas sem seguro contra sismos

Do total de seis milhões de casas em Portugal, apenas pouco mais de um milhão têm cobertura contra risco sísmico. No dia em que a terra voltou a tremer, seguradoras pedem criação de fundo sísmico que continua em análise pelo Governo.
sismo
18 Fevereiro 2025, 07h00

Um sismo de 4,7 na escala de Richter foi sentido ontem, ao início da tarde, na região da Grande Lisboa. O abalo terá tido epicentro a 24 quilómetros da capital. Já em Agosto do ano passado Portugal tinha voltado a tremer. É um fenómeno que, como já alertou a Associação Portuguesa de Seguradores (APS), não é “uma mera incerteza”, mas sim um “verdadeiro risco, de ocorrência certa, em momento incerto”.

No entanto, os portugueses não estão a dar a devida atenção ao assunto. “A seguir ao sismo de Agosto, e durante duas ou três semanas, tivemos um ligeiro acréscimo de seguros de habitações a serem efetuados com cobertura de risco sísmico mas rapidamente desapareceu”, explica José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, ao Jornal Económico.

Em 2018, de acordo com a APS, apenas 18% das habitações tinham seguro com cobertura de risco sísmico (em 2024 o estudo voltou a ser repetido e o número subiu para 19%). Dentro do País, Lisboa é a cidade com maior cobertura deste tipo de seguro, com um em cada quatro edifícios. “As pessoas, apesar do esforço financeiro que fizeram para comprar as suas casas, não se preocupam com a sua proteção. Isto tem a ver com a literacia do risco. É responsabilidade de cada um criar as condições para proteger o seu património, uma mensagem que tem sido difícil de passar”, afirma José Galamba de Oliveira ao JE.

A criação de um fundo sísmico é outro assunto em cima da mesa. A APS apresentou propostas concretas em 2018 e 2024. A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) também entregou há poucas semanas uma proposta ao atual governo e que abrange diferentes cenários e valores ajustados aos graus de severidade do risco sísmico. “Em Espanha há mais de 60 anos que existe um fundo deste tipo, bem como em outros países europeus. Infelizmente, em Portugal temos andado adormecidos relativamente a este risco”, diz José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, ao Jornal Económico.

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