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Há uma empresa portuguesa a beneficiar com a guerra comercial entre EUA e China

Em 2018, beneficiando da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a faturação da Garland Transport Solutions cresceu 4% para 53,4 milhões de euros.
18 Março 2019, 17h48

Há uma empresa portuguesa tão antiga quanto os Estados Unidos que não se ressentiu dos efeitos negativos da guerra comercial, iniciada por Donald Trump contra a China, em março do ano passado.

Corria o ano de 1776 quando Thomas Garland criou uma empresa de comércio internacional. Mais de dois séculos depois, a empresa portuguesa continua em atividade, sendo uma das cinco empresas nacionais mais antigas ainda em operação. Depois de um processo de reestruturação, em meados de 2017, os herdeiros do fundador – que carregam o mesmo nome – surgiu o Grupo Garland, a holding que controla as unidades estratégicas de negócio da empresa familiar, constituída unicamente por capitais portugueses.

Atualmente, o Grupo, que tem escritórios em Portugal, Espanha e Marrocos, atua em quatro áreas de negócio: corporativa, logística, navegação e transportes.

Em 2018, beneficiando da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a faturação da Garland Transport Solutions, a empresa do Grupo familiar que opera na área do transporte de mercadorias, cresceu 4% para 53,4 milhões de euros.

“O conflito entre os Estados Unidos e a China está já a fazer aumentar as exportações portuguesas para a América para compensar a ausência de produtos chineses em setores como têxtil, calçado, cerâmica, entre outros”, explicou o presidente do Grupo Garland, Peter Dawson que, apesar do nome, é português.

“Para responder a esta tendência de mercado, a Garland Transport Solutions assinou recentemente uma parceria com uma transportadora norte-americana, que marca presença em todos os Estados Unidos”, frisou.

Dois anos antes, Donald Trump tornou-se no 45º presidente dos EUA, a maior potência económica do mundo. Desde então, Trump tem adotado medidas protecionistas para proteger a indústria norte-americana e para tornar a “América grande outra vez”.

Para reduzir o défice da balança comercial com a China, Trump declarou uma guerra comercial, ameaçando aumentar as tarifas aduaneiras às importações de bens chineses, de 10% para 25%. E, enquanto as duas nações não chegam a acordo, algumas das maiores empresas norte-americanas sentiram os impactos das tensões comerciais entre as duas maiores económicas, especialmente as tecnológicas ligadas à produção de smartphones que têm forte exposição ao mercado chinês, como a Apple, a Nvidia, ou a Qualcomm.

Entretanto, o défice da balança comercial total dos EUA aumentou 10% em 2018, para uns históricos 891,2 mil milhões de dólares – e o défice da balança comercial com a china aumentou para 419 mil milhões.

 

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