Há uma empresa portuguesa tão antiga quanto os Estados Unidos que não se ressentiu dos efeitos negativos da guerra comercial, iniciada por Donald Trump contra a China, em março do ano passado.
Corria o ano de 1776 quando Thomas Garland criou uma empresa de comércio internacional. Mais de dois séculos depois, a empresa portuguesa continua em atividade, sendo uma das cinco empresas nacionais mais antigas ainda em operação. Depois de um processo de reestruturação, em meados de 2017, os herdeiros do fundador – que carregam o mesmo nome – surgiu o Grupo Garland, a holding que controla as unidades estratégicas de negócio da empresa familiar, constituída unicamente por capitais portugueses.
Atualmente, o Grupo, que tem escritórios em Portugal, Espanha e Marrocos, atua em quatro áreas de negócio: corporativa, logística, navegação e transportes.
Em 2018, beneficiando da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a faturação da Garland Transport Solutions, a empresa do Grupo familiar que opera na área do transporte de mercadorias, cresceu 4% para 53,4 milhões de euros.
“O conflito entre os Estados Unidos e a China está já a fazer aumentar as exportações portuguesas para a América para compensar a ausência de produtos chineses em setores como têxtil, calçado, cerâmica, entre outros”, explicou o presidente do Grupo Garland, Peter Dawson que, apesar do nome, é português.
“Para responder a esta tendência de mercado, a Garland Transport Solutions assinou recentemente uma parceria com uma transportadora norte-americana, que marca presença em todos os Estados Unidos”, frisou.
Dois anos antes, Donald Trump tornou-se no 45º presidente dos EUA, a maior potência económica do mundo. Desde então, Trump tem adotado medidas protecionistas para proteger a indústria norte-americana e para tornar a “América grande outra vez”.
Para reduzir o défice da balança comercial com a China, Trump declarou uma guerra comercial, ameaçando aumentar as tarifas aduaneiras às importações de bens chineses, de 10% para 25%. E, enquanto as duas nações não chegam a acordo, algumas das maiores empresas norte-americanas sentiram os impactos das tensões comerciais entre as duas maiores económicas, especialmente as tecnológicas ligadas à produção de smartphones que têm forte exposição ao mercado chinês, como a Apple, a Nvidia, ou a Qualcomm.
Entretanto, o défice da balança comercial total dos EUA aumentou 10% em 2018, para uns históricos 891,2 mil milhões de dólares – e o défice da balança comercial com a china aumentou para 419 mil milhões.
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