Os “soldados tecnológicos” (hackers) de Kim Jong-un estão cada vez mais agressivos na defesa do líder supremo da Coreia do Norte, contra as ameaças de Donald Trump e da Coreia do Sul.
Os hackers roubaram planos militares desenvolvidos pelos EUA e pela aliada coreana, no ano passado. Os documentos eram altamente classificados e incluíam planos de um “decapitation strike”, uma estratégia militar que tem como objetivo retirar da liderança ou do comando o controlo de um governo ou grupo hostil, de acordo com um legislador sul-coreano.
Este episódio reforça o progresso da Coreia do Norte na infiltração de sistemas informáticos em todo o mundo, três anos depois dos seus hackers terem alegadamente roubado documentos da Sony Corp. como desagrado ao filme “The Interview” – um filme de Seth Rogen sobre Kim Jong-un. O presidente-executivo da Sony, Kazuo Hirai, apelidou ataque de “malicioso”.
“Os planos [documentos] são fundamentais para a realização de uma operação de guerra e a fuga de uma pequena parte é uma situação muito crítica”, disse Rhee Cheol-hee, legislador do partido no poder, em entrevista por telefone à Bloomberg. “Como podemos lutar contra um inimigo e ganhar uma guerra se ele já está ciente da nossa estratégia?”
“Não há dúvida de que eles estão a usar as capacidades de forma criativa”, disse Fergus Hanson, chefe do “International Cyber Policy Centre” do Instituto Australiano de Políticas Estratégicas, em Camberra. “Roubar planos de batalha é, obviamente, uma boa ideia do ponto de vista militar”.
Enquanto o país ditador permite o acesso à Internet a apenas uma pequena porção da sua população, a Coreia começou a treinar e a recrutar soldados tecnológicos no início dos anos 90, de acordo com o Departamento de Segurança e de Defesa da Coreia do Sul. O país emprega 1.700 hackers, segundo estimativas.
O país tem vindo a desenvolver melhores capacidades cibernéticas, ao mesmo tempo que as sanções internacionais ficam mais apertadas, e as dificuldades económicas tornam difícil investir armamento militar. Enquanto Kim está dedicado em investir em mísseis nucleares, os hackers oferecem uma forma económica de ameaçar os rivais.
O ano passado, um grupo norte-coreano chamado de Bluenoroff, alegadamente roubou dinheiro do banco central de Bangladesh. Em maio, outro grupo – o Lazarus – ficou conhecido pela ligação ao ataque global de ransomware que afetou mais de 300 mil computadores.
Este ano, os hackers do país parecem ter intensificado os seus esforços, aumentando os ataques às trocas comerciais da vizinha Coreia, através de Bitcoins, de acordo com um relatório empresa de segurança FireEye Inc.
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