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Halo, a tecnologia que parece telepatia, vai ser empresa independente da Unbabel

A empresa especializada em tradução esteve esta quarta-feira a mostrar ao ministro da Economia como funciona a solução que já está a mudar a vida de doentes com esclerose lateral amiotrófica em Portugal. O CEO, Vasco Pedro, revelou aos jornalistas que há fundos internacionais interessados, portanto será uma ‘spin-off’ até ao final do ano.
10 Janeiro 2024, 20h13

A empresa portuguesa Unbabel vai criar uma startup independente só para a tecnologia que apresentou durante a Web Summit, que é caracterizada como “comunicação silenciosa” ou “telepatia”. O Halo, que permite às pessoas comunicar com o pensamento, será uma spin-off da tecnológica ainda este ano. Só faltam os detalhes legais.

“Estamos a começar a preparar a framework legal de como irá acontecer. Ainda há algumas questões a resolver, porque envolve muitas colaborações [solução foi criada em consórcio]. Como é que se articula isto de modo a ter uma entidade independente com recursos próprios?”, explicou esta quarta-feira o CEO da Unbabel, Vasco Pedro, ao Jornal Económico e ao Observador.

Porém, garante: “A apetência do mercado está cá. Está na altura de o Halo fazer o seu caminho”.

O Halo, inspirado na história de vida de Stephen Hawking, captou a atenção de fundos internacionais em novembro, quando foi apresentado no palco da Altice Arena. O plano é que, até ao final do ano, esta tecnologia se torne uma startup autónoma e angarie financiamento para crescer a nível internacional. A futura spin-off ainda não tem nome, mas a designação deverá estar relacionada com o nome do produto (“Halo”).

O vice-presidente de Inovação da Unbabel e responsável pelo consórcio esclareceu que a empresa se encontra a explorar os contactos espontâneos que teve de investidores depois da Web Summit 2023 e a melhorar o produto. É preciso garantir que funciona mesmo (mesmo), diz.

“Não sabemos se vai funcionar inteiramente, portanto faz sentido ser desenvolvido autonomamente. Este produto utiliza as tecnologias da Unbabel, de linguagem, mas é o que chamamos de projeto moonshot, algo que tem um risco muito grande”, argumentou Paulo Dimas, em declarações às jornalistas.

A solução digital, que une Inteligência Artificial a movimentos cerebrais, permite que alguém com elevadas dificuldades motoras envie mensagens ou converse com alguém sem precisar de falar ou escrever. Neste momento, apesar de ainda ser um protótipo – criado no âmbito do consórcio Center for Responsible AI, financiado pelo PRR – já está a ser utilizado por um doente com esclerose lateral amiotrófica em Portugal.

O objetivo é ter o produto na casa de três famílias portuguesas ainda durante o primeiro trimestre. “A primeira, a do Luís, está a começar a utilizar. Até ao fim do projeto, em 2025, pretendemos ter um conjunto de famílias – inicialmente pensámos em cinco, mas vamos conseguir mais, porque o projeto está a avançar a um bom ritmo – e chegar ao universo de doentes com esclerose lateral amiotrófica em Portugal, que são umas largas centenas”, afirmou Paulo Dimas.

A Unbabel, que é especializada em tradução, esteve esta tarde a demonstrar ao ministro da Economia, António Costa Silva, como funciona esta solução digital, na sede, em Lisboa.

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