O principal negociador do Hamas, Khalil al-Hayya, afirmou hoje que o movimento islamita palestiniano quer que o Presidente norte-americano, Donald Trump, e os mediadores das negociações com Israel, deem “garantias” de retirada das forças deste país em Gaza.
“Não confiamos no ocupante”, disse o negociador do Hamas ao canal egípcio Al-Qahera News, acusando Israel de violar duas tréguas durante a guerra, “nunca cumprindo as suas promessas”.
“É por isso que queremos garantias reais do presidente Trump e dos países patrocinadores”, adiantou al-Hayya, que, juntamente com outros dirigentes do movimento, sobreviveu a uma tentativa de assassínio por parte de Israel a 09 de setembro, em Doha, no Qatar.
“Estamos prontos para [trabalhar] por um acordo que determine o fim da guerra, a retirada” das tropas israelitas de Gaza e uma “troca” de reféns e prisioneiros, acrescentou.
As delegações do Hamas e de Israel estão a negociar no Egito, em conversações indiretas, o plano de paz de 20 pontos apresentado por Trump na semana passada, depois de receber na Casa Branca o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O processo de mediação indireta entre Israel e o Hamas começou no Egito após uma ronda preparatória em Doha, na qual também participou uma delegação turca.
A Turquia mantém relações estreitas com o movimento islamita palestiniano, que se recusa a classificar como “terrorista”, e acolhe frequentemente dirigentes da sua ala política.
Além da delegação turca e do Qatar, uma equipa norte-americana chefiada por Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca, está envolvida nas conversações, que visam acabar com a guerra na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro do Qatar, o xeque Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, e uma delegação turca liderada pelo chefe dos serviços secretos, Ibrahim Kalin, vão participar na quarta-feira nas negociações de paz para Gaza, no Egito, foi hoje divulgado.
“O primeiro-ministro do Qatar irá amanhã de manhã [quarta-feira] a Sharm el-Sheikh (Egito) para se juntar às negociações em curso” no “quadro da intensificação dos esforços regionais e internacionais para alcançar um cessar-fogo permanente”, escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, num comunicado publicado na rede social X.
As conversações terão como prioridade “o estabelecimento de um cessar-fogo, a troca de prisioneiros e a entrega de ajuda humanitária”, disseram por sua vez fontes oficiais turcas, citadas pela agência estatal Anadolu, ao confirmarem a presença de Ibrahim Kalin.
Segundo a agência noticiosa turca, Kalin manteve contactos prévios com autoridades norte-americanas, egípcias, qataris e representantes do Hamas, antes do início das negociações.
Depois do ataque contra o Hamas no Qatar, o primeiro-ministro israelita apresentou, a partir da Casa Branca, desculpas ao seu homólogo do Qatar pelos ataques realizados no seu país.
O ataque do movimento extremista palestiniano Hamas em 07 outubro de 2023 contra Israel matou 1.219 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.
Os militantes do movimento, considerado terrorista pelos países ocidentais, fizeram ainda 251 reféns, 47 dos quais permanecem em Gaza. Destes, o exército israelita afirma que 25 morreram.
A ofensiva retaliativa israelita matou mais de 67 mil palestinianos nos últimos dois anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde em território controlado pelo Hamas, que as Nações Unidas consideram credíveis.
Israel acusa o Hamas de usar civis palestinianos como escudos, escondendo os seus guerrilheiros entre a população e em edifícios civis, incluindo escolas e hospitais.
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