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‘Hard Brexit’ com impacto adicional para a zona euro (incluindo Portugal), diz BdP

Banco de Portugal antecipa que, no entanto, Portugal não deverá ser um dos países mais afetados da zona euro, ainda que o Reino Unido represente “o parceiro comercial mais importante fora da união monetária”. 
8 Maio 2019, 00h03

O Banco de Portugal (BdP) antecipa que uma saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo terá um impacto adicional para os países da zona euro, entre os quais se incluem Portugal.

No Boletim Económico de maio, divulgado esta quarta-feira, a instituição liderada por Carlos Costa antecipa, no entanto, que entre os 19 países da moeda única, Portugal “não deverá ser um dos mais afetados”, ainda que o Reino Unido seja “o parceiro comercial mais importante fora da união monetária”.

“No caso de uma transição abrupta, os países da área do euro (incluindo Portugal) poderão enfrentar um impacto adicional, relacionado com um choque financeiro e de confiança”, realça o BdP.

O regulador destaca que a aproximação da data limite para a saída do Reino Unido do projeto europeu, assim como os progressos limitados na aceitação de um acordo no parlamento britânico “contribuíram para o aumento das tensões políticas, intensificação do clima de incerteza e deterioração da confiança dos agentes económicos”.

O BdP explica que vários estudos apontam que a saída terá um impacto negativo sobre a economia britânica, com menor impacto para a zona euro.

“Os efeitos negativos apresentados nestes estudos são tanto mais severos quanto menos próxima é a relação económica futura e quanto mais abrupta é a transição, sendo a saída súbita e sem acordo o mais grave dos cenários considerados”, refere o documento. “As consequências para a área do euro estarão associados principalmente, mas não exclusivamente, às alterações nas condições de comércio de bens e serviços, uma vez que o Reino Unido é um dos seus parceiros mais importantes (representando sensivelmente 13% e 19% das exportações de bens e serviços, respetivamente)”.

A instituição liderada por Carlos Costa realça que independentemente do acordo de saída e da futura relação económica, “o processo de saída já produziu efeitos na economia britânica por via da depreciação cambial após o referendo e, mais recentemente, por via do aumento de incerteza e da diminuição da confiança dos agentes económicos”.

“Num contexto de condições financeiras favoráveis e expansão económica a nível mundial, o ritmo de crescimento do investimento empresarial no Reino Unido tem sido inferior ao de outras economias avançadas (G7), especialmente durante 2018, para o que terá contribuído a incerteza associada ao processo de saída da União Europeia”, acrescenta.

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