A Harley-Davidson iniciou um processo de recrutamento para encontrar um sucessor para o CEO Jochen Zeitz, que planeia retirar-se após cinco anos no cargo. A fabricante de motas norte-americana informou o mercado de que Zeitz permanecerá no cargo até ser escolhido um novo sucessor. Durante o seu mandato, o gestor aumentou o lucro da Harley, mas as vendas das motos continuaram em declínio. No ano passado, a empresa vendeu 151 mil unidades em todo o mundo — menos de metade do que vendeu em 2008. Outro dos desafios passa por renovar a base de clientes. Além disso, as tarifas impostas por Donald Trump à União Europeia poderão prejudicar ainda mais o negócio. As ações da Harley caíram 23% no último mês, cotando ontem a 20,84 dólares.
Jochen Zeitz assumiu o comando da empresa em 2020, em plena pandemia de Covid-19, e iniciou um plano de recuperação que passou por um corte de 30% em novos produtos e uma revisão do portefólio, pois o gestor considerava que a gama da marca era “demasiado complexa, demasiado confusa e demasiado cara de produzir”. Com este novo rumo, o CEO acreditava que seria possível “investir em produtos e plataformas que interessam mais”, ou seja, que libertassem maiores margens de lucro e que posicionassem a Harley-Davidson “como a marca de motociclos mais desejável do mundo”. O gestor afirmou recentemente que a empresa está em melhor situação que os seus concorrentes, mesmo com a baixa confiança dos consumidores na indústria motorizada.
No entanto, a rede de concessionários da Harley criticou-o por estar desligado da cultura distinta da marca. “Esta empresa tem um grande futuro sob a direção de outra pessoa”, disse Mark Forszt, concessionário com seis lojas em Indiana, ao The Wall Street Journal. Também a divisão de motos elétricas da empresa, a LiveWire, lançada em 2019, registou prejuízos de 100 milhões de dólares e apenas 1.400 unidades vendidas nos últimos dois anos.
A história da Harley-Davidson começa no início do século XX, mais precisamente em 1901, em Milwaukee, nos Estados Unidos, pela mão de dois amigos de infância – William Harley, de 21 anos, e Arthur Davidson, de 20. Trabalhavam ambos na indústria automóvel da época, mas tinham um sonho: a motorização de uma bicicleta com um motor a gasolina refrigerado a ar. Com a entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, a Harley-Davidson quis contribuir com a produção de motos para serem usadas em todo o terreno.
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