[weglot_switcher]

Hidrogénio verde. Galp anuncia saída do projeto H2 Sines

Exportar hidrogénio verde para a Holanda? O maior cliente está em Sines, disse hoje o presidente da Galp que defende que a empresa quer avançar mais rapidamente do que o previsto pelo projeto H2 Sines. Galp e EDP já desistiram do consórcio H2 Sines.
2 Junho 2021, 16h15

A Galp anunciou hoje que vai sair do projeto H2 Sines cujo objetivo era produzir hidrogénio verde para exportá-lo para a Holanda.

“Vamos sair do H2 Sines, o consórcio que planeava exportar hidrogénio líquido para a Holanda”, revelou o presidente da Galp esta quarta-feira, 2 de junho, durante a apresentação do plano estratégico.

“Saímos porque queremos avançar mais depressa” do que o consórcio, explicou Andy Brown.

Outra das razões apresentadas foi porque a Galp considera que o “maior cliente para o hidrogénio verde não está na Holanda, mas sim em Sines”, com a substituição pela Galp do uso de hidrogénio cinzento (produzido à base de energias fósseis) pelo hidrogénio verde na sua refinaria.

O responsável destacou que existem fundos europeus disponíveis para financiar projetos de hidrogénio verde, mas que ainda é cedo para saber qual o montante que pode ser alcançado.

Andy Brown destacou as energias renováveis baratas em Portugal como sendo importantes para estes projetos.

A Galp junta-se assim à EDP que anunciou esta semana a sua saída do projeto, conforme revelou o jornal “Público”, que noticiou que a EDP está a “avaliar projetos inovadores e com potencial de crescimento nesta área nas várias geografias em que opera, mantendo atualmente cerca de 20 projetos sob análise” no sector do hidrogénio verde, segundo fonte oficial da elétrica liderada por Miguel Stilwell de Andrade.

Apesar de desistir do projeto, a Galp quer apostar no hidrogénio verde na sua refinaria de Sines, distrito de Setúbal, até 2025. A companhia revelou hoje que vai desenvolver um eletrolisador nos próximos anos com uma capacidade inicial de 100 megawatts (MW).

“Encontramo-nos numa posição privilegiada para desenvolver soluções de hidrogénio verde, usufruindo
das nossas capacidades industriais. A Galp tenciona desenvolver até 2025 um projeto de um
eletrolisador com uma capacidade de 100 MW, com posterior potencial de expansão para 600-1.000 MW, caso o modelo de negócio seja comprovado”, segundo o plano estratégico da empresa para os próximos anos divulgado hoje.

“A transformação gradual da unidade industrial de Sines num centro de energia verde também será
alavancada no acesso ao hidrogénio verde, o que permitirá outras aplicações industriais, tais como a
produção de combustíveis sintéticos, apoiando uma significativa redução de emissões até 2030″, destaca a companhia liderada por Andy Brown.

No seu plano estratégico até 2025, a Galp destaca que “Sines está perfeitamente localizada para ser um produtor altamente competitivo de hidrogénio verde”.

Entre os projetos previstos, está a criação do eletrolisador com 100 MW; a substituição do hidrogénio cinzento usado na produção da refinaria por hidrogénio verde, contribuindo assim para a redução das emissões deste projeto; uso do hidrogénio verde na mobilidade e aplicações industriais.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.