Christine Ourmières-Widener, a CEO da TAP que dará lugar esta sexta-feira a Luís Rodrigues, despediu-se esta quinta-feira dos trabalhadores da companhia aérea com a convicção de que a empresa sai mais forte da sua liderança, dois anos depois de ter assumido funções.
Numa carta dirigida aos trabalhadores da TAP, à qual o JE teve acesso, a gestora que foi afastada da liderança da TAP, define estes dois anos de “trabalho árduo” como “intensos e desafiadores” e como resultado, considera que sob a sua liderança foi possível “superar muitos desafios e alcançar resultados significativos”.
Nesta comunicação dirigida aos trabalhadores, a gestora francesa denota a convicção de que sai de uma companhia “diferente daquela que entrei”, destacando a superação de desafios como a pandemia de Covid-19 e o cumprimento em curso do plano de reestruturação que, no entender de Christine Ourmières-Widener “está a ser cumprido mesmo antes do previsto, graças ao desempenho financeiro da companhia”. Nesse aspeto, a CEO cessante realça que “já foi possível mitigar os cortes salariais” algo que definiu como uma “prioridade”.
Na análise que a gestora faz da sua liderança, “a TAP está mais forte”: “Tem uma posição geográfica privilegiada que lhe permite tirar o melhor partido possível da sua nova e mais eficiente frota. Mantemos uma forte posição no Brasil, o nosso principal mercado a seguir a Portugal. Reforçámos o papel essencial de ligar as comunidades de língua portuguesa a Portugal e de ligar Portugal ao resto do mundo”.
Além disso, Christine Ourmières-Widener dá destaque à assinatura do acordo com a Menzies relativo à Groundforce, considerado um “importante passo para o caminho de recuperação” assim como o encerramento da ME Brasil.
“Agradeço a todos e a cada um de vocês o apoio e a confiança em mim durante todo este tempo. Sou grata por ter tido a oportunidade de trabalhar com pessoas brilhantes, que formam o pilar de sucesso da TAP. Em dois anos de Portugal, a palavra mais importante que aprendi é única: Saudade. E já sei por antecipação o que ela significa”, conclui a CEO cessante.
Christine Ourmières-Widener foi exonerada pelo Governo a 6 de março, tal como Manuel Beja, depois de anunciados os resultados da auditoria da IGF, concluindo que o acordo para a saída de Alexandra Reis é nulo e a indemnização de perto de meio de milhão de euros terá de ser devolvida.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse que a decisão de demitir os dois executivos foi tomada na sequência do relatório da Inspeção Geral das Finanças (IGF), “muito claro do ponto de vista da ilegalidade relativamente à forma como tudo aconteceu” no processo de cessação de funções antiga administradora Alexandra Reis.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com