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“Hoje quem vem para a política já está semi-desprestigiado e sob suspeita”, afirma Rui Rio

O presidente do PSD, Rui Rio, considera que é crucial voltar a prestigiar a atividade política para que se possa ter um “poder político democrático e forte”. Rui Rio lamenta ainda os “erros” cometidos pelo Parlamento em matéria de transparência e credibilidade.
5 Junho 2019, 17h48

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, afirmou esta quarta-feira que é crucial voltar a prestigiar a atividade política para que se possa ter um “poder político democrático e forte”. Rui Rio diz que quem entra hoje para na vida política já está “semi-desprestigiado e sob suspeita” e lamenta os “erros” cometidos pelo Parlamento em matéria de transparência e credibilidade.

“Hoje quem vem para a política já está semi desprestigiado e sob suspeita. Ou voltamos a prestigiar [a política] ou nunca mais conseguimos aquilo que é ter um poder político forte”, afirmou Rui Rio, para quem o prestígio da política é “mais importante do que a governabilidade, num almoço-debate do The American Club of Lisbon, no hotel Sheraton, em Lisboa.

O líder dos sociais-democratas considerou que para se ter “um poder político democrático e forte, o primeiro passo é ter um poder político credível” e sublinhou que quem não tem credibilidade não cumpre os requisitos para exercer essa atividade. Rui Rio criticou ainda o Parlamento por ter falhado em tomar decisões que dêem credibilidade e transparência aos políticos.

“O Parlamento tem cometido muitos erros. De cada vez que o Parlamento pega num qualquer pacote de transparência, a tendência é para criar ainda mais dificuldades para o futuro. A tendência é muitas vezes a de quer legislar sobre aquilo que não é legislável e levar com os problemas e o desprestígio em cima. Essa é a tendência para agradar no dia seguinte, mas não é o caminho que garante o prestígio da política”, afirmou Rui Rio.

Num diagnóstico aos problemas do país, Rui Rio identificou os estrangulamentos estruturais de ordem política com a “questão nuclear” que deve ser resolvida, seguindo-se os estrangulamentos económicos e sociais. Rui Rio defendeu ainda que nenhum Governo sozinho será capaz de dar resposta a esses constrangimentos estruturais, insistindo uma vez mais na necessidade de se encontrarem consensos políticos entre os partidos.

“É o problema político que está a determinar, em primeira linha, os outros constrangimentos. Por exemplo, o endividamento externo, assim como endividamento público, é filho de opções políticas que não foram determinadas pelo interesse do país, mas por fraqueza do regime ou pelo estado de necessidade face a uma eleição de amanhã”, indicou o líder do PSD.

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