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Homens ricos e politicamente extremistas são os mais felizes no casamento, diz estudo

Philip Cohen, da universidade de Maryland, nos EUA, conduziu um estudo que revela quem são as pessoas mais felizes com os seus casamentos. Ainda assim, apenas 60% dos americanos são felizes nos seus casamentos.
7 Outubro 2017, 17h00

As pessoas estão mais esquisitas no que respeita à escolha de cônjuge, por isso esperam mais para “dar o nó”. Ao mesmo tempo, com a percentagem de divórcios a rondar os 50% nos EUA, é cada vez mais fácil sair de uma má união. Por isso, o estado dos casamentos nos EUA deveria estar melhor do que nunca. Foi exatamente para testar esta teoria que Philip Cohen, professor de Sociologia na universidade de Maryland, realizou um estudo que analisa a felicidade dos norte-americanos nos seus casamentos.

Os resultados do estudo apontam para que os americanos estão, na sua maioria, felizes com os seus matrimónios, mas a percentagem desce de 68% nos anos 70, para 60% em 2016. Para descobrir as razões por trás desta descida, Cohen usou o General Social Survey, um censo de longa duração realizado nos EUA.
Assim, são os homens que se revelam mais felizes nos seus casamentos, o que segue outra teoria que afirma que são os homens que mais beneficiam com o facto de estarem casados. Sem surpresa, a religiosidade também tem um papel importante na felicidade do casal.

Outro fator que influencia – embora seja mais complicado precisar o porquê – a felicidade no casamento são as visões políticas menos tolerantes, com os extremistas a declararem-se mais felizes que os moderados. “É possível que as pessoas com uma visão política mais extremista sejam mais propensas a ter um cônjuge que concorde com elas”, afirma Cohen à Bloomberg.

O dinheiro importa e muito
De todos os fatores analisados por Cohen, o que tem mais efeito na felicidade marital nos EUA é o estatuto económico. O estudo deste sociólogo aponta para uma diferença de 17 pontos percentuais entre o índice de felicidade das classes mais baixas e mais altas, que se cifram em 53% e 70%, respetivamente.
Choen encontra razões para este comportamento. Os mais ricos têm, habitualmente, menos stress que o resto da população. Podem ir de férias e comprar presentes aos seus cônjuges.

Este não é o único indicador neste sentido. Um segundo estudo, citado pela Bloomberg, aponta para que os americanos mais pobres tenham mais dificuldades em encontrar com quem casar e a manter-se assim. Cerca de 25% destes, entre os 18 e os 55 anos, estão casados, uma percentagem que sobre para os 36% na classe média e para os 56% nas classes média-alta e alta.

Razão para tal pode ser a influência das preocupações económicas na vida familiar. As pessoas com trabalhos precários têm maiores e mais rígidas expectativas acerca dos seus parceiros. “A precariedade no trabalho faz com que os casais se revelem ansiosos quanto ao seu empenho, especialmente se não têm uma almofada financeira”, afirma à Bloomberg Allison Pugh, socióloga da Universidade da Virgínia.

Ao mesmo tempo, as pessoas com menos vantagens financeiras vêm o casamento como uma tábua de salvação financeira. “Vê-las depois a ser das menos felizes com os seus casamentos é o pior dos anticlímaxes”, conclui a socióloga.

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