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Hotelaria “condena severamente” encerramento de serviços

Raul Martins, presidente da AHP, considera a decisão do Governo “lamentável” por vários motivos e já fez chegar uma nota à Secretaria de Estado do Turismo de que serão necessárias compensações a fundo perdido, o reforço e o alargamento dos apoios financeiros às empresas do sector e uma via-verde para o acesso às medidas de ‘lay-off’ simplificado se estas medidas não forem corrigidas de imediato.
15 Janeiro 2021, 18h00

A AHP – Associação da Hotelaria de Portugal “condena severamente” o encerramento de serviços dos hotéis decidido pelo Governo para esta nova fase de confinamento geral do país.

Em comunicado, a AHP “condena os encerramentos aplicáveis aos serviços da hotelaria, no novo estado de emergência, e considera que estas medidas demonstram um desconhecimento total da realidade da operação dos hotéis”.

“Num momento em que 80% a 90% das unidades hoteleiras estão encerradas, em que  as poucas unidades que estão abertas se encontram a fazer um verdadeiro serviço público, visto que só as pessoas que por motivos profissionais ou outros similares é que se podem deslocar para os hotéis, a AHP considera incompreensível que os hotéis não possam prestar serviço de refeições aos hóspedes, como até aqui”, critica a associação da hotelaria nacional.

Segundo o referido comunicado, “outro ponto essencial passa pelo facto da maioria das equipas da hotelaria já se encontrarem em ‘lay-off’, havendo redução substancial dos trabalhadores, pelo que não há sequer capacidade para prestar o serviço em ‘room service’, como é agora indicado pela lei”.

Raul Martins, presidente da AHP, diz mesmo que “estas medidas são desnecessárias em termos sanitários e profundamente desastrosas”.

“É lamentável que não tenhamos sido consultados previamente, pois se o tivéssemos sido teríamos esclarecido que a maioria dos hotéis não têm ‘room service’ (apenas nas unidades de cinco e de quatro estrelas, estas com limitações). É lamentável porque podíamos ter informado o Governo que a pouca ocupação da hotelaria é com pessoas que estão em teletrabalho ou por razões de índole profissional. É lamentável porque revela desconhecimento por parte do Governo de que a lei hoteleira impõe a todas as categorias de hotéis, de 1 a 5 estrelas, a prestação obrigatoriamente de serviço de pequeno-almoço aos hóspedes. É lamentável porque teríamos também esclarecido que os poucos empregados de mesa que ainda estão a trabalhar não são trabalhadores que fazem ‘room service’. É lamentável porque nem sequer nos deram tempo de prevenir os clientes e de escoar os produtos alimentares adquiridos para a prestação do serviço de refeições. Finalmente, e sobretudo, é lamentável que, vistas estas severas limitações, e mais ainda o encerramento de todos os equipamentos e serviços, o Governo não tenha pura e simplesmente determinado o encerramento dos hotéis permitindo-lhes aceder ao regime de ‘lay-off’ simplificado como as demais atividades económicas cujo encerramento foi determinado, até porque estas medidas trazem outros custos económico-financeiros para as empresas”, denuncia Raul Martins.

O presidente da AHP entende que “manter as unidades abertas sem poder prestar serviços é absurdo” e sublinha ainda que, “como já tivemos oportunidade de dizer por diversas vezes, somos os primeiros interessados em que exista o maior cuidado e preocupação com a situação sanitária no nosso País e no Mundo e o cumprimento generalizado das regras que permitam controlar a pandemia”.

“Mas não com este tipo de medidas, irracionais, ainda para mais em locais absolutamente seguros como são os hotéis’, conclui Raul Martins’.

Assim, o presidente da AHP apela ao Governo, tendo já feito chegar à Secretária de Estado do Turismo uma nota, segundo a qual, “se estas medidas não forem corrigidas de imediato, são necessárias compensações a fundo perdido, o reforço e alargamento dos apoios financeiros às empresas e uma via-verde para o acesso às medidas de ‘lay-off’ simplificado”.

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