A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) reuniu-se com representantes da booking.com para conhecer os procedimentos relativos a cancelamentos de reservas em hotéis por “força maior”, tendo sublinhado a importância do reagendamento ou da emissão de um ‘voucher’.
“A AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, maior e mais representativa associação da indústria hoteleira em Portugal, reuniu no dia 25 com representantes da booking.com em Portugal, tendo em vista conhecer as interpretações e procedimentos que a plataforma tem relativos aos casos de cancelamentos de reservas em hotéis por motivo de ‘força maior’”, indicou, em comunicado, a associação.
Conforme referiu a AHP, vários empresários têm apresentados queixas sobre os procedimentos da Booking relativos à devolução dos montantes das tarifas não reembolsáveis, “sem acautelar o ‘delay’ criado pela lei portuguesa e a emissão de ‘vouchers’, o que penaliza, e muito, os empresários da hotelaria”.
Neste sentido, a associação sublinhou a importância de ser assegurada a possibilidade de o cliente reagendar a sua estadia ou de ser emitido um ‘voucher’ pelo hotel.
Para os casos em que não seja possível aplicar estas opções, a AHP propôs a criação de uma conta corrente com os hotéis e alojamentos parceiros relativa às devoluções efetuadas aos clientes, abatendo esse crédito aos alojamentos nas reservas futuras.
Porém, quando tal não seja possível, deverão ser alargados os prazos para debitar as devoluções aos hoteleiros de 60-90 dias para 150-180 dias.
Os representantes da plataforma ficaram de apresentar as propostas à sede da empresa e de responder, no máximo, em duas semanas.
“Uma das maiores preocupações prende-se com a tesouraria, porque esta crise chegou na pior altura do ano. A grande maioria dos hoteleiros saía da época baixa com a sua tesouraria no limite do esforço, que a época alta viria aliviar, e por isso terá muita dificuldade em fazer face às devoluções exigidas”, considerou, citado no mesmo documento, o presidente da AHP, Raul Martins.
No entanto, este responsável ressalvou que os hoteleiros não querem abrir uma guerra jurídica com a Booking, sublinhando que o foco tem de estar na preservação da marca Portugal.
A AHP notou ainda que outras plataformas têm procedimentos semelhantes, “pelo que está a procurar acompanhar todas as situações”, tendo também previstas reuniões com as suas congéneres de Espanha e França.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.383 pessoas das 31.946 confirmadas como infetadas, e há 18.911 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
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