O mercado mundial de fusões e aquisições foi forte em 2021 e assim permanece em 2022, segundo a Willis Towers Watson (WTW).
“Ao registarem o seu primeiro desempenho anual positivo em cinco anos, os dealmakers esperam que a atividade de M&A continue a aumentar em 2022 e que as questões ESG – Environmental (Ambiente), Social (Social) e Governance (Governança Corporativa) – dominem a agenda corporativa”, diz a WTW.
De acordo com as pesquisas mais recentes sobre os negócios de fusões e aquisições concluídos no Monitor de Desempenho Trimestral de Negócios (QDPM, na sigla original) da WTW, em 2021, e desde 2016: “Os dealmakers a nível global tiveram o primeiro ano inteiro de desempenho positivo em negócios de Fusões & Aquisições (M&A)”, refere o estudo.
Com base no desempenho de preços de ações, as empresas que estão a fazer negócios de M&A superaram o World Index em +1.4 pp (pontos percentuais), em média, refere a Willis Towers Watson.
Os dados obtidos, analisados em parceria com o Centro de Pesquisa de M&A na The Bayes Business School (antiga Cass), também revelaram que “a atividade global atingiu novos máximos, com 1.047 negócios avaliados acima dos 100 milhões de dólares concluídos em 2021”. Isto, diz a WTW, “representa um aumento significativo face ao ano anterior (674 negócios) e é o volume anual mais elevado desde que iniciámos a nossa análise, em 2008”.
O volume de negócios na América do Norte manteve-se consistentemente forte durante 2021, com os adquirentes a fecharem 614 negócios, quase o dobro dos 325 alcançados nos 12 meses anteriores, embora apenas tenham ultrapassado o índice regional por uma margem residual (+0,5 pp), refere a WTW.
Por sua vez, os dealmakers da região APAC (Ásia- Pacífico) registaram, durante todo o ano, o seu melhor desempenho desde 2016, ultrapassando o seu índice por +16,8 pp, apesar de terem fechado poucos negócios mais a nível regional face a 2020 (196 versus 173). O menor número de aquisições chinesas continuou a deprimir os níveis de volume.
Os compradores europeus superaram o índice regional, ao demonstrarem um desempenho positivo de +3.9 pp e 199 negócios fechados em 2021, mais um quarto do que os 155 dos 12 meses anteriores. Já os adquirentes britânicos têm ultrapassado constantemente o FTSE All-Share Index nos últimos cinco anos, registando um desempenho positivo de +5,7 pp no último ano.
Todas as análises aqui são realizadas a partir da perspetiva do comprador. O desempenho do preço das ações no âmbito do estudo trimestral é medido como uma variação percentual no preço das ações desde seis meses antes da data do anúncio até ao final do trimestre, diz a WTW.
A WTW diz ainda que “todas as transações em que o adquirente possuía menos de 50% das ações do alvo após a aquisição foram removidas, pelo que nenhuma compra minoritária foi considerada”.
“Todas as transações em que o adquirente detinha mais de 50% das ações do alvo antes da aquisição foram removidas, pelo que não foram consideradas as compras remanescentes”, explica a WTW.
Nesta pesquisa só estão incluídos negócios de M&A concluídos com um valor de pelo menos 100 milhões de dólares e que satisfaçam os critérios do estudo, usando para isto os dados provenientes da Refinitiv.
Crispin Stilwell, Head of M&A Consulting para Portugal na WTW, afirmou em comunicado, que acredita que atividade de fusões e aquisições em 2022 atingirá o pico, numa trajetória iniciada em 2015. “Embora os negócios permaneçam vulneráveis a desafios crescentes. As avaliações elevadas, a complexidade dos negócios, a competição por ativos de elevada qualidade e a rutura da cadeia de fornecimento impulsionada pela pandemia continuarão a ter consequências para os dealmakers”, diz Stilwell.
“A velocidade nos negócios, a preparação e, muito importante, uma due diligence de qualidade serão essenciais para que as expectativas dos dealmakers se cumpram”, acrescenta.
Também Gabe Langerak, Head of M&A Consulting for Western Europe da WTW, concorda que “o boom de M&A em 2021 parece estar para continuar, impulsionado pelos investimentos de capital abundante, os mercados de ações fortes, a dívida barata e as empresas sob pressão para tornar os seus negócios mais ecológicos através da procura de alvos com as credenciais climáticas certas”.
Os dados de M&A da região norte-americana também realçam o impacto que as avaliações de ativos historicamente elevadas, impulsionadas pela concorrência e pela crescente complexidade, podem ter no desempenho das transações. “A questão é se os preços que estão a ser pagos agora continuarão a fazer sentido ao longo do tempo”, refere Gabe Langerak.
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