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Hovione investe 200 milhões, mas o céu é o limite no Seixal

CEO Jean-Luc Herbeaux explica ao JE que a estratégia é construir capacidade produtiva à medida das necessidades do cliente.
26 Setembro 2025, 11h14

Apenas uma ínfima parte dos 42 hectares são, para já, ocupados. O investimento de 200 milhões de euros da Hovione na baía do Seixal respeita a dois edifícios. O primeiro entrará em produção em meados de 2027 e o segundo, talvez, um ano mais tarde, revela Jean-Luc Herbeaux, CEO da multinacional químico-farmacêutica de matriz portuguesa ao Jornal Económico.

“É um investimento de muito longo prazo, cuja evolução será ditada pela procura. O crescimento dependerá dos projetos ou da parceria que conseguirmos criar com os clientes”, explica-nos o CEO.

A capacidade industrial será construída à medida do cliente, o que está diretamente relacionado com a estratégia de negócio: Hovione produz sob contrato para as grandes farmacêuticas mundiais, tendo em carteira uma centena de clientes, dos quais 19 das 20 maiores empresas do setor. Anualmente, entre 5% a 10% das novas drogas aprovadas pelo regulador norte-americano, FDA têm componentes seus.

Flexibilidade e cliente são chave numa visão que se corporiza numa estratégia que assenta no crescimento e expansão. “O maior desafio na indústria farmacêutica para as empresas em crescimento, é não ficar sem terra, como acontece aqui, onde não podemos expandir mais”, conta Jean-Luc Herbeaux.

Em Sete Casas, no concelho de Loures, onde estamos, não sobra um palmo. Esta é a primeira e maior fábrica da empresa fundada pela família Villax. OCEO, o primeiro em 66 anos que não pertence à família, adianta que o projeto do Seixal foi concebido dentro de casa.

“Não é apenas investigação em ciência, é também investigação em engenharia. Os nossos engenheiros pensam sempre em como melhorar a tecnologia em termos de construção, como construir mais rapidamente, com mais eficiência e fiabilidade”.

O Seixal torna-se a quinta unidade produtiva da Hovione, juntamente com Sete Casas, Cork, na Irlanda, New Jersey, Estados Unidos, e Macau. Foi neste território à época ainda administrado por Portugal que a empresa lançou a primeira pedra da internacionalização, que a catapultou para o que é hoje: líder global em spray-drying. O primeiro edifício é justamente destinado a tecnologias de engenharia de partículas (spray drying no termo técnico em inglês). O outro visa a transformação das mesmas em comprimidos e cápsulas.

O investimento de 200 milhões é mais um passo na expansão da empresa que, em 2024, ultrapassou 500 milhões de euros em negócios. Hovione soma 2400 empregos qualificados, que vão crescer, pelo menos, mais uma centena.

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