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Huawei opõe-se “fortemente” ao pedido de Bruxelas para mais países banirem empresa chinesa

A tecnológica com sede em Shenzhen “entende a preocupação da Comissão Europeia em proteger a cibersegurança na União Europeia”, mas acredita que “restrições ou exclusões baseadas em julgamentos discriminatórios representarão sérios riscos económicos e sociais”.
16 Junho 2023, 10h49

A Huawei opõe-se “fortemente” e discorda do pedido da União Europeia (UE) para mais Estados-membros banirem a empresa chinesa das suas redes 5G, seguindo as pisadas de Portugal, por considerar que não houve um argumento válido e pode ser desfavorável para a própria comunidade única.

Ontem, o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, foi o porta-voz de Bruxelas para novos alertas sobre as tecnológicas da China, atribuindo-lhes explicitamente um nome: Huawei e ZTE.

Para a Huawei, as declarações não têm por base “uma avaliação verificada, transparente, objetiva e técnica” das redes de quinta geração (5G), o que poderá prejudicar a inovação na UE e o próprio mercado concorrencial, até porque os custos de investimento no 5G podem aumentar em até dezenas de milhares de milhões de euros, segundo um relatório da Oxford Economics.

“A Huawei entende a preocupação da Comissão Europeia em proteger a cibersegurança na UE. No entanto, restrições ou exclusões baseadas em julgamentos discriminatórios representarão sérios riscos económicos e sociais”, alerta a multinacional com sede em Shenzhen, em comunicado enviado aos meios de comunicação social.

“Destacar publicamente uma entidade individual como HRV (High Risk Vendor) sem base legal é contra os princípios do livre comércio. É de suma importância enfatizar que a avaliação discriminatória de HRV não deve ser aplicada a nenhum fornecedor sem procedimento justificado e audiência adequada”, alerta a Huawei, lembrando que, enquanto empresa privada a operar na Europa, tem direitos processuais.

Em causa está o facto de esta quinta-feira a Comissão Europeia ter, formalmente, considerado que as decisões de dez Estados-membros – incluindo Portugal – de restringir ou banir fornecedores de equipamentos tecnológicos de “alto risco” das redes 5G, como a Huawei e a ZTE, “é justificada e adequada”. Mais: a instituição europeia pretende mesmo banir estas empresas de financiamento à investigação da UE e deixar de contratar operadoras que utilizam aparelhos de origem chinesa.

Entre as recomendações do executivo comunitário para os 27 países está a imposição, sem atrasos, de restrições aos fornecedores de alto risco, nomeadamente a rede de acesso por rádio. No caso dos modelos de equipamentos abrangidos pelas restrições, as operadoras de telecomunicações não devem ser autorizadas a instalar novos.

“Se forem permitidos períodos de transição para a remoção de equipamentos existentes, devem ser definidos de forma a garantir a remoção de equipamentos no local no menor prazo possível, tendo em conta o risco de segurança que é manter equipamentos de fornecedores de alto risco, e não devem ser aplicados para permitir a implementação contínua de novos equipamentos de fornecedores de alto risco”, atira a Comissão.

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