O CEO da IAG, grupo de aviação que resultou da fusão entre British Airways e da Iberia, Luis Gallego, considerou em entrevista ao El Pais, considerou que a sua proposta de compra da companhia área TAP tem mais apelo em termos de mercado, e no campo regulatório, do que a apresentada pela Lufthansa e pela Air France-KLM.
Questionado sobre a intenção do Governo português em só vender 44,9% da participação na TAP Luis Gallego referiu que vai “solicitar uma análise detalhada” das condições [da venda da companhia aérea portuguesa] e depois decidirá “se é ou não uma boa opção”, apesar de assinalar que o modelo do grupo “sempre foi deter 100% do capital das empresas” por entender que essa é a melhor maneira de as desenvolver.
“Relativamente à TAP, veremos se esta fase inicial [da privatização] se vai manter”, acrescentou.
Questionado sobre a avaliação a TAP se situar em 700 milhões de euros, Luis Gallego salientou que se trata de uma estimativa do Governo acrescentando que a IAG vai precisar de fazer uma avaliação da TAP.
Luis Gallego não mostrou preocupação com a possibilidade de a Comissão Europeia poder vir a impor condições à IAG, caso esta seja a selecionado para a compra da TAP, devido à rotas que a transportadora aérea portuguesa possui em Lisboa, Porto, e também no mercado brasileiro. Luis Gallego considerou que os hubs portugueses estão separados de Madrid colocando a IAG como a “opção com menor sobreposição” face à Air France-KLM e à Lufthansa.
O CEO da IAG disse ainda que caso a IAG seja a compradora da TAP tem confiança que o grupo vai “será a empresa que poderá impulsionar com mais força” [a TAP] devido ao seu conhecimento e desempenho financeiro.
“Recorde-se que estamos a investir mais de sete mil milhões de euros na British Airways e seis mil milhões de euros na Iberia. A TAP é atrativa devido ao seu acesso ao mercado brasileiro, com uma quota de 25% do tráfego entre a Europa e o Brasil. A IAG não tem uma presença forte lá e, embora pudéssemos desenvolver um plano orgânico para o Brasil, a TAP permitir-nos-ia acelerar. A nossa intenção seria desenvolver a sua presença em cada local onde opera e procurar novos mercados para a TAP. Quanto aos aeroportos, Lisboa oferece uma posição atrativa no Atlântico Norte e em direção a África e à Europa, além de servir o tráfego de curta e média distância que alimenta o hub. O Porto também promete oportunidades”, afirmou Luis Gallego.
Luis Gallego admitiu também que a IAG tem um excesso de tesouraria que pode utilizar para operações como a TAP.
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