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IATA agrava previsões para a aviação comercial em 2021

A atividade da aviação em 2021 será pior do que se previa em dezembro de 2020, com a IATA a antecipar que até ao fim do ano o tráfego do sector deverá oscilar entre 33% e 38% daquilo que registou em 2019, agravando o “cash burn” das companhias aéreas para um valor preocupante que deve variar entre 61,5 mil milhões de euros e 77,9 mil milhões de euros.
27 Fevereiro 2021, 10h00

IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo  está pessimista em relação à recuperação da atividade no sector da aviação comercial, admitindo que a realidade para o primeiro trimestre de 2021 e para o primeiro semestre desde ano será pior do que as previsões efetuadas em dezembro de 2020, mas também será pior do que as anteriores previsões avançadas para o segundo semestre, que no final do ano apontavam para uma retoma equivalente a 51% da atividade de 2019, quando agora a IATA trabalha com dois cenários que apontam para atividades da aviação comercial equivalentes a 33% ou 38% dos níveis praticados em 2019, refere um documento a que o Jornal Económico teve acesso, da responsabilidade do CEO da IATA, Alexandre de Juniac, e do economista-chefe da IATA, Brian Pearce.

A revisão das previsões da IATA foi feita a 24 de fevereiro, com a atualização do impacto da pandemia da Covid-19 na indústria do transporte aéreo, onde a IATA admite que a queima de dinheiro de caixa – o designado “cash burn” – continuará a ser sentido durante 2021. Quando em dezembro de 2020 a IATA previa que o “cash burn” das companhias de aviação seria da ordem dos 48 mil milhões de dólares (cerca de 39,3 mil milhões de euros) em 2021, agora agravou a sua previsão para este ano, utilizando dos cenários de “cash burn” que oscilam entre 75 mil milhões de dólares (cerca de 61,5 mil milhões de euros) e 95 mil milhões de dólares (cerca de 77,9 mil milhões de euros), até ao final de 2021, precisamente devidos ao atraso na retoma do tráfego aéreo.

As reservas de voos “enfraqueceram” no caso dos voos domésticos, quando era previsível que aumentassem, caíram novamente ao longo do último trimestre de 2020, sem terem uma retoma expressiva nos primeiros dois meses de 2021, enquanto os voos internacionais não chegam a perto de um quinto do tráfego tradicional de passageiros por cada semana. As reservas para o período de verão no hemisfério norte, em julho e agosto, continuam a estar muito “fracas”, de tal forma que a IATA refere que a 18 de fevereiro de 2021 as reservas eram inferiores a 78% dos níveis registados em 2019, e francamente abaixo do nível praticado na queda de mercado de 2020. Comparativamente, as reservas atuais não vão além dos 7% dos níveis registados no período pré-crise, segundo refere a IATA.

A associação internacional do sector refere que as variantes da Covid-19 e os problemas relacionados com as novas estirpes detetadas um pouco por todo o mundo têm limitado o crescimento do tráfego aéreo, impondo restrições à circulação internacional de passageiros, que vão do encerramento de fronteiras de vários países, às restrições em determinadas regiões e à imposição de quarentenas aos passageiros oriundos de países em situações mais críticas, refere a IATA.

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