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Iberdrola | bp pulse espera duplicar pontos de carregamento ultrarrápidos em Portugal até 2027

Caso fosse possível disponibilizar estes pontos de carregamento no imediato isso permitiria duplicar a rede ultrarrápida instalada em Portugal, revela o country o country manager da Iberdrola | bp pulse em Portugal, ao JE. Mas as questões burocráticas, que levam a que projetos de média tensão demorem entre 24 a 30 meses, impedem que os projetos cheguem mais rápido aos utilizadores, avisa Ricardo Pacheco.
13 Novembro 2025, 07h00

A aliança estratégica Iberdrola | bp pulse tem a expetativa de ter aproximadamente 1.500 pontos de carregamento em Portugal até final de 2027 para veículos elétricos, sendo a maioria ultrarrápido, confirma o country manager da Iberdrola | bp pulse em Portugal, ao Jornal Económico (JE), salientando que isso permitiria duplicar, no imediato, a rede nacional ultrarrápida.

Isto vem dar força à pretensão desta aliança entre a Iberdrola com a BP, que se formou em dezembro de 2023, em se manter na liderança nos postos de carregamentos ultrarrápidos em terras lusas. Atualmente a Iberdrola | bp pulse possui 294 pontos de carregamento com 115 postos de carregamento a serem ultrarrápidos (ou seja com carregadores com capacidade de carregamento acima dos 150 quilowatts/hora ou kw/h).

O ano de 2025 tem sido um ano de fortalecimento da rede desta aliança estratégica, diz a empresa. “Este ano duplicamos a oferta da rede aos clientes de 140 pontos de carregamento rápido e ultrarrápido para os atuais 294. Vamos provavelmente quadruplicar os volumes comercializados na nossa rede. Em termos de volumes anualizados temos perto de nove gigawatts/hora (Gw/h). Triplicamos a nossa quota de mercado ao nível da capacidade instalada e de volume de 7% na rede DC (onde se inclui os carregamentos rápidos e ultrarrápidos)”, revela Ricardo Pacheco sobre o reforço que existiu na rede da Iberdrola | bp pulse em Portugal.

Ricardo Pacheco sublinha que desde que a aliança foi criada, em 2023, os investimentos anuais para o biénio cifraram-se nos 100 milhões de euros, um valor que inclui investimento em infraestruturas que ainda não estão operacionais.

“Temos uma enorme quantidade de projetos que estão em diferentes fases de maturidade, para que durante 2026 e 2027 possam ser colocados ao serviço [dos utilizadores], mas que atualmente implicam [a realização de] investimento. O investimento começa antes do mercado sentir que esse investimento foi feito”, salienta Ricardo Pacheco.

“Temos no nosso pipeline aproximadamente 1.500 pontos de carregamentos, número que inclui o que já temos operacional. A maioria [dos pontos de carregamento] são ultrarrápidos. Só neste pipeline mais do que duplicamos a rede atual em Portugal”, refere Ricardo Pacheco.

“Mas não consigo dizer se esses números serão entregues totalmente em 2026. Em 2026 não consigo entregar tudo (idealmente sim). Gostaríamos que assim fosse”, acrescenta.

Porquê é que não será entregue tudo em 2026? “Porque há muito tempo de amadurecimento dos projetos. A parte do licenciamento leva bastante tempo. Ou seja, os projetos demoram bastante mais tempo do que nós gostaríamos. Os projetos têm uma taxa de amadurecimento e um período de execução bastante largo. E isso faz com que muitos dos projetos que nós iniciamos o ano passado e este ano vão na verdade só ser colocados ao serviço em 2026 ou em 2027. Mas isso vai depender do licenciamento das Câmaras, da DGEG, da E-redes, e de todas as entidades que estão envolvidas, de simplificarem os processos. E quanto mais rápido conseguirem mais rápido também conseguiremos entregar esta capacidade instalada para usufruto dos utilizadores. Estamos a tentar minimizar, dentro do possível os tempos de execução”, salienta Ricardo Pacheco.

Burocracia atrasa operacionalização dos projetos

Ricardo Pacheco lamenta que a burocracia e os tempos de licenciamento “continuem a ser um problema” que esteja na ordem do dia em várias áreas.

“Essa é uma questão que nos preocupa”, reforça o country manager da Iberdrola | bp pulse em Portugal. Ricardo Pacheco salienta que os projetos de média tensão “podem demorar” entre 24-30 meses, o que no seu entender é “bastante tempo”.

Este prazo significa que nos próximos anos “vamos entregar projetos que estamos neste momento a executar”, salienta Ricardo Pacheco.

“Nós temos um pipeline muito forte. Num contexto em que não houvesse restrições nós duplicaríamos a rede existente em Portugal facilmente. Temos condições para o fazer. Temos capacidade de investimento para isso. Temos capacidade de execução. Falta-nos que as condições técnicas estejam disponíveis”, reforça Ricardo Pacheco.

Este pipeline [com várias etapas de evolução], explica Ricardo Pacheco, inclui acordos firmados com os donos dos espaços, projetos feitos e entregues às Câmaras, pedidos de licenciamentos – outros já estão em construção, outros só estão à espera da ligação à rede para depois serem integrados na rede de carregamentos – e inclui também aqueles que já estão em operação.

“Se tivéssemos essa capacidade instantânea de colocar em operação tudo o que temos em pipeline mais do que duplicaria a rede que temos em Portugal. A rede ultrarrápida em Portugal é inferior a mil (940) e temos um pipeline de 1.500 em que noventa e muitos por cento são carregadores ultrarrápidos”, reforça Ricardo Pacheco.

Aliança inaugurou sistema com 1.000 quilowatts

O country manager da Iberdrola | bp pulse em Portugal salienta que o investimento que está a ser feito pela aliança recorre às melhores tecnologias do momento. Exemplo disso foi a inauguração do primeiro sistema de carregamento ultrarrápido de 1000 quilowatts (kW) aberto ao público na Europa, em Fernão Ferro, em setembro.

Ricardo Pacheco acredita que à medida que a tecnologia vai amadurecendo os carros [elétricos] terão capacidade para “carregar mas rápido”.

O country manager da Iberdrola | bp pulse em Portugal sublinha que o que está a ser feito é a infraestruturação da rede de modo a que carros, que ao dia de hoje são carros de nicho, mas que ao longo dos próximos anos se podem tornar mainstream, “possam ter uma infraestrutura que se adapte” às suas capacidades.

“O nosso objetivos é de crescer. De sermos um player relevante. Estamos a infraestruturar hoje aquilo que nos parece ser a rede de futuro”, salienta o country manager em Portugal.

O country manager da Iberdrola | bp pulse em Portugal salienta ainda que “cada vez mais se vendem carros elétricos” em Portugal. “Há uma tendência clara para a adoção de carros elétricos. Mas a substituição do [atual] parque automóvel [português] ainda vai demorar. Reconhecemos que a infraestrutura tem de acompanhar a procura. Mas estamos empenhados em desenvolver a nossa infraestrutura”, referiu Ricardo Pacheco.

Rede já chega a todos os distritos

Questionado sobre se a rede de carregamento tem capacidade para dar resposta à procura, Ricardo Pacheco sublinha que “ninguém pode negar” que existem alguns constrangimentos localizados em algumas zonas e em alguns momentos.

“É um pouco a história do ovo e da galinha. A infraestrutura vai atrás das utilizações e as utilizações vão atrás de onde têm capacidade para serem utilizadas. Não há balas de prata, ou se quiséssemos a bala de prata seria se os 1.500 pontos que temos em pipeline pudessem estar montados no imediato. Se isso acontecesse não tenho dúvidas que a rede em Portugal estava mais que preparada no imediato para responder às necessidades que existem atualmente. O problema é que também a infraestrutura tem um período de execução que é superior aquele que eventualmente nós gostaríamos e que muitos utilizadores eventualmente gostariam”, admite Ricardo Pacheco.

“A nossa rede é muito capilar. Todos dos distritos de Portugal têm carregadores nossos. Ainda não chegamos a todos os municípios, mas eu diria que o objetivo será ter no longo prazo carregadores em todos os locais”, conclui Ricardo Pacheco.


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