IGCP conta emitir cerca de 7 mil milhões de OT e 3 mil milhões de BT no terceiro trimestre

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) anunciou a atualização, para o 3º trimestre de 2025, do Programa de Financiamento da República Portuguesa.

As necessidades de financiamento da República, esperadas para este ano, aumentam face a 2024, ao passar de 19,6 mil milhões para 33 mil milhões de euros. Destas as necessidades líquidas ascendem a 18 mil milhões, quando em 2024 eram de 9,8 mil milhões.

As necessidades de financiamento incorporam um défice orçamental este ano do subsetor Estado em contabilidade pública de 6,8 mil milhões de euros (5,7 mil milhões em 2024).

O financiamento para este ano ascende 33,2 mil milhões de euros, dos quais 15,4 mil milhões já foi executado, faltando por isso executar 17,8 mil milhões de euros.

O montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado no ano de 2025 deverá manter-se em cerca de 18,0 mil milhões de euros. As emissões de Obrigações do Tesouro (OT), excluindo operações de troca, estimam-se que atinjam 20,5 mil milhões de euros em 2025 (sem alteração face à estimativa inicial), refere a agência.

Até ao final de maio de 2025, o IGCP tinha emitido 12,5 mil milhões de OT. Considerando o leilão de junho, o IGCP já emitiu 13,9 mil milhões de euros de OT, o que representa 67% do objetivo de emissão anual deste instrumento. Isto significa que faltam 33% dos 20,5 mil milhões, ou seja está por emitir 6,8 mil milhões de euros. O IGCP previa, no final de maio, 8 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro por executar até ao fim do ano.

“O IGCP prevê, para o 3º trimestre de 2025, emissões de OT através da combinação de sindicatos e leilões, sendo esperadas colocações de 1.250 a 1.500 milhões de euros por leilão”, avança a instituição liderada por Pedro Cabeço.

A amortização de dívida pública de médio e longo prazo soma 14,9 mil milhões (em 2024 foi de 9,9 mil milhões). Só em Obrigações do Tesouro são 12,4 mil milhões de reembolsos em 2025.

“Os leilões de OT terão a participação dos Operadores Especializados de Valores do Tesouro (OEVT) e Operadores de Mercado Primário (OMP) e serão realizados à segunda ou quarta quarta-feira de cada mês. O montante indicativo e as linhas de OT a reabrir serão anunciados ao mercado até 3 dias úteis antes do leilão”, acrescenta.

Por outro lado está prevista a emissão do produto para o retalho OTRV (Emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável) no montante de 1,5 mil milhões de euros. Já está em comercialização pelos bancos as OTRV julho 2025 (OTRV),

O Governo planeia financiar-se em 1,5 mil milhões de euros através destes títulos de dívida dirigidos para as famílias  e que estavam foram do mercado desde 2018. Ao contrário dos Certificados de Aforro, as OTRV são transacionadas no mercado, pelo que os investidores podem comprá-las em mercado secundário até à sua maturidade.

O financiamento líquido através de Bilhetes de Tesouro (BT) espera-se que registe um ligeiro acréscimo, de uma estimativa anterior de 4,4 mil milhões para 4,5 mil milhões de euros.

O IGCP prevê fazer leilões de Bilhetes do Tesouro no terceiro trimestre do ano. Um a 12 meses a fazer em 16 de julho, com montante indicativo de 1.000 milhões a 1.25o milhões; e outros dois a 17 de setembro (de dívida a 10 e 12 meses) num montante indicativo de 1.500 milhões e 1.750 milhões de euros.

No mapa está previsto executar emissões de 3,7 mil milhões de euros em BT (valor líquido), dados do fim de maio.

O saldo de disponibilidades de tesouraria no final do ano ascenderá a 6,5 mil milhões de euros, segundo a estimativa do IGCP.